Economia

"Temos que ter equilíbrio", diz Guedes sobre tempo do isolamento social

Guedes argumentou, assim como vem fazendo o presidente Jair Bolsonaro, que a Covid-19 pode causar uma crise econômica sem precedentes no país

Correio Braziliense
postado em 31/03/2020 19:05
Guedes argumentou, assim como vem fazendo o presidente Jair Bolsonaro, que a Covid-19 pode causar uma crise econômica sem precedentes no paísO ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (31) que é preciso equilibrar a necessidade da saúde com a capacidade de sobrevivência da economia ao definir o tempo adequado de isolamento social no Brasil. Apesar de elogiar "o plano de combate" ao coronavírus que vem sendo implementado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; Guedes argumentou, assim como vem fazendo o presidente Jair Bolsonaro, que o Covid-19 pode causar uma crise econômica sem precedentes no país.

"Estamos sob a orientação do ministro Mandetta. Estamos em isolamento, oficialmente. Porém, é perfeitamente válido o alerta do presidente. Estamos vendo uma onda [de saúde] chegando aqui e vemos outra onda [econômica] que pode ser enorme e desesperadora, principalmente para os mais frágeis, os mais pobres. [...] O alerta do presidente é valido. Vamos manter as linhas de suprimento, as rotas de transporte, porque se não pode ser uma tragédia agravada. Se deixarmos, além da primeira onda que se abateu sobre nós, abater também a depressão econômica, o problema vai ser mais sério", discursou Paulo Guedes, ao ser questionado sobre o assunto em uma coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto nesta terça-feira.

Guedes disse, então, que é preciso tomar decisões equilibradas nesse momento. "Temos que ter equilíbrio entre o que o Mandetta ache que é necessário de isolamento e o tempo que a economia aguenta. É uma sensibilidade que temos que ter", afirmou o ministro da Economia, que disse estar monitorando a economia para saber qual será esse tempo. "Da mesma forma que o Mandetta agora não consegue dizer se o isolamento é de um mês ou dois meses, porque este é um organismo vivo; da mesma forma a economia é um organismo vivo, que reage a expectativas. Não sabemos ainda em que profundidade a coisa vem", afirmou.

O ministro da Economia lembrou, por sua vez, que o governo vai injetar R$ 800 bilhões na economia nos próximos três ou quatro meses justamente para "proteger os pequenos negócios, os empregos e a vida dos brasileiros" e ajudar as "pessoas que têm condições de obedecer ao isolamento do ministro Mandetta". "Enquanto a economia estiver respirando, a gente vai furando essa primeira onda [de saúde], mas já de olho na segunda onda [econômica] que vamos ter lá na frente", disse.

Saiba Mais

O presidente Jair Bolsonaro, contudo, tem sido mais enfático na defesa da retomada das atividades econômicas. Bolsonaro diz que o isolamento social, defendido em todo o mundo como uma forma de conter o avanço do coronavírus, pode colocar a economia brasileiro em colapso. Esse posicionamento, contudo, foi criticado por autoridades brasileiras e internacionais. E até Paulo Guedes, no fim de semana, reconheceu que, como economista, prefere ver a economia funcionando; mas, como cidadão, prefere ficar em casa durante a pandemia do coronavírus.

Guedes, por sinal, chegou a ficar toda a semana passada trabalhando de casa, no Rio de Janeiro. Ele voltou a Brasília só nesta semana. E, nesta terça, na primeira entrevista coletiva desde então, elogiou o trabalho do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, antes de ser questionado sobre o tempo ideal do isolamento social no Brasil. Guedes disse que Mandetta está administrando bem essa primeira onda e tem um "plano de combate bem definido" ao coronavírus. E ainda afirmou que o Ministério da Economia vem trabalhando junto com o Ministério da Saúde na elaboração das medidas econômicas de combate à crise.

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