Economia

Bolsonaro: remédio não sobe



O governo federal decidiu adiar o reajuste anual dos medicamentos, que entraria em vigor hoje, por causa da crise provocada pela pandemia do coronavírus. A medida, que poderia aumentar em até 5,21% o preço dos remédios, será reavaliada em 60 dias.

“Em comum acordo com a indústria farmacêutica, decidimos adiar, por 60 dias, o reajuste de todos os medicamentos no Brasil”, avisou o presidente Jair Bolsonaro.

Procurado pelo Correio, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) disse que não foi consultado pelo governo, como anunciou o presidente. Mas lembrou que o reajuste entra em vigor todo 1º de abril, em virtude das normas da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed).

O Sindusfarma informou, ainda, que o percentual de aumento ainda será publicado pela Cmed, mas deve chegar a 5,21% neste ano. Será maior, portanto, que os 4,33% do ano passado. O Sindicato fez o cálculo com base na fórmula usada pela Cmed: inflação do ano anterior; competitividade do setor; e variação dos custos de produção não captados pela inflação.

O setor explicou que há três faixas de reajuste. O aumento de 5,21% seria o teto, aplicado aos medicamentos que são encontrados mais facilmente no mercado e têm alta concorrência. Ainda há uma faixa média de reajuste, para os que têm concentração moderada, que seria de 4,22%. E um terceiro percentual de aumento, que vale para os que têm pouca concorrência e seria de 3,23%. O reajuste médio, nos cálculos do Sindusfarma, seria de 4,08%. (MB)