Economia

MERCADO S/A - Amauri Segalla

"A história ensina que, no mercado acionário, toda euforia quase sempre é sucedida por uma grande decepção"

Correio Braziliense
postado em 01/04/2020 04:34



Março trágico para os investidores


A pandemia do coronavírus foi devastadora para os investidores. O Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, encerrou março com queda de 29,90%, o pior desempenho mensal desde 1998. No primeiro trimestre, o recuo foi de 36,86%, o maior da história. Os fundos imobiliários também sofreram, ao desabar 16,05% no mês passado. Enquanto isso, o dólar disparou 15,96%, o ouro acelerou 15,24% e até os desprezados CDI (alta de 0,32% em março) e poupança (avanço de 0,22%) fecharam março no azul. Se existe alguma lição que pode ser tirada dessa tempestade, ela é a seguinte: o investidor nunca deve correr riscos em excesso. A história ensina que, no mercado acionário, toda euforia (como a observada no final do ano passado) quase sempre é sucedida por uma grande decepção. Em 2020, os moderados e conservadores, aqueles que buscaram diversificar a carteira, ganharam de goleada dos investidores ousados demais.



Quanto mais os preços dos ativos caem, mais nós compramos”


Howard Marks, fundador da Oaktree Capital, maior gestora de ativos de crédito e de risco do mundo, e autor do livro The Most Important Thing (A Coisa Mais Importante), a bíblia dos investidores nos Estados Unidos.



Magalu dá espaço aos pequenos varejistas em sua loja virtual

O Magazine Luiza vai abrir sua plataforma on-line para micros e pequenos varejistas. Segundo o presidente da empresa, Frederico Trajano, a ideia é colocar no site e no aplicativo os produtos de empreendedores que estão com suas lojas fechadas. As entregas serão feitas pelos Correios, sem custos aos comerciantes, e o Magalu vai cobrar uma taxa de 3,99% sobre cada venda. “Isso permitirá que milhões de brasileiros possam continuar a trabalhar sem sair de casa e sem correr riscos”, diz Trajano.



Taxa de desemprego
pode chegar a 16%


A crise do coronavírus agravou o maior desafio da economia brasileira: gerar empregos. Ontem, o IBGE informou que a taxa de desemprego ficou em 11,6% no trimestre encerrado em fevereiro – portanto, antes da pandemia. O que já é ruim tende a piorar. Segundo projeções da XP Investimentos, o percentual pode chegar a 14% até o final de 2020. Para a consultoria Pantheon, o cenário é ainda mais preocupante, com o índice se aproximando dos 16% já no segundo trimestre.

Prevenção até
em alto-mar


A empresa de óleo e gás Ocyan foi buscar na Alemanha uma solução para proteger o pessoal que trabalha embarcado em suas sondas de perfuração. A companhia comprou lâmpadas ultravioleta germicidas para higienizar ambientes comuns, como refeitórios, salas de convivência, cabines, banheiros e enfermaria. Elas já são usadas com sucesso na China, Coreia do Sul e Estados Unidos para eliminar o vírus. Além das lâmpadas ultravioleta, a Ocyan adota métodos de prevenção indicados pela Anvisa.


US$ 120
milhões

é quanto a Coca-Cola vai doar para o combate ao coronavírus. É um dos maiores valores cedidos por uma única empresa no mundo


Rapidinhas

» A carteira digital PicPay lançou uma central para conectar seus 14 milhões de usuários com causas de combate à Covid-19. Os usuários poderão fazer doações, sem taxas, para entidades que arrecadam fundos para enfrentar a pandemia. O dinheiro será transferido por celular e o valor, repassado integralmente às instituições.

» O projeto beneficiará a Central Única das Favelas (Cufa) e Amigos do Bem. A primeira reverterá o dinheiro para a iniciativa Mães da Favela, que almeja distribuir bolsas para 5 mil mães de 12 estados brasileiros, enquanto a outra comprará alimentos e produtos de higiene para famílias do sertão nordestino.

» A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) prepara um parecer jurídico para as suas associadas terem à mão, caso sofram tentativas de limitar a circulação de matérias-primas para o abastecimento das fábricas. “O alumínio é essencial no combate à Covid-19 e sua cadeia de produção não pode sofrer interrupções”, diz Milton Rego, presidente da Abal.

» Alguns centros de coleta de sucata de alumínio foram alvo de pressão pela suspensão das atividades. Rego lembra que o alumínio é usado na produção de embalagens de remédios, alimentos e bebidas, na confecção de material hospitalar, nas estruturas de metal dos hospitais de campanha e até nos sais para a produção de vacinas.





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