Economia

Covid-19: produção industrial cresce 0,5%, mas já mostra impactos negativos

Também é importante ressaltar que esse resultado ainda não considera todos os impactos da pandemia do coronavírus

Correio Braziliense
postado em 01/04/2020 09:29
Também é importante ressaltar que esse resultado ainda não considera todos os impactos da pandemia do coronavírusA produção industrial brasileira cresceu 0,5% em fevereiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa o segundo avanço consecutivo do setor, mas ainda não cobre todas as perdas registradas em 2019 e já revela os primeiros impactos negativos da pandemia do coronavírus na indústria brasileira.

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (1) pelo IBGE, o setor avançou 0,5% em fevereiro se comparado a janeiro, quando também houve uma alta mensal de 0,9%. Porém, se comparado a fevereiro do ano passado, caiu 0,4%. E, no acumulado dos últimos doze meses, também caminha no campo negativo: -1,2%.

“É o segundo avanço após uma queda importante nos dois últimos meses de 2019. Mas o saldo desse período ainda é negativo, pois os resultados de novembro e dezembro acumulam -2,5%”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo, dizendo que, por conta disso, o setor ainda se encontra 16,6% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011.

Também é importante ressaltar que esse resultado ainda não considera todos os impactos da pandemia do coronavírus, que pode até levar esse resultado para o vermelho em março. Afinal, em fevereiro, a maior parte das fábricas brasileiras continuava funcionando. Os efeitos do coronavírus ainda estavam concentrados nos setores que dependem da importação de insumos chineses, como o setor de eletrônicos. que relatou falta de peças por conta da paralisação da economia chinesa. Já em março, muitas indústrias resolveram parar a produção, em decorrência da necessidade de isolamento social decretada pelos governantes brasileiros.

Setores


A alta de 0,5% de fevereiro, por sinal, foi puxada pelo setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (2,7%), cuja maior parte das fábricas decidiu interromper a produção ao longo de março por conta dos efeitos do Covid-19. Também contribuiu com esse avanço a produção de outros produtos químicos (2,6%), produtos alimentícios (0,6%), celulose, papel e produtos de papel (2,4%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,2%) e produtos de borracha e de material plástico (2,1%).

O lado das baixas, por sua vez, já reflete o início dos impactos do coronavírus na produção industrial brasileira. Isso porque o maior destaque negativo da indústria em fevereiro foi a queda de 1,8% da produção de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que vinha crescendo há três meses e, segundo analistas, pode ter sido impactada pela redução dos preços internacionais do petróleo.
 

Saiba Mais

 

Outro destaque negativo foi justamente do setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, que reduziu a sua produção em 5,8% depois de ser afetado pela falta de insumos chineses.

“Alguns segmentos podem ter sido impactados pela situação da China, principalmente aqueles que trabalham com matéria-prima importada e comércio internacional, como é o caso da informática”, disse André Macedo.

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