Correio Braziliense
postado em 01/04/2020 09:57
O governo federal decidiu adiar o reajuste anual dos medicamentos, que entraria em vigor hoje, em meio à pandemia do coronavírus. A medida, que poderia aumentar em até 5,21% o preço dos remédios, será reavaliada em 60 dias.“Em comum acordo com a indústria farmacêutica decidimos adiar, por 60 dias, o reajuste de todos os medicamentos no Brasil”, avisou ontem o presidente Jair Bolsonaro.
Procurado pelo Correio, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) disse que não foi consultado pelo governo, como falou o presidente. Mas lembrou que o reajuste dos remédios entra em vigor todo 1º de abril em virtude das normas da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed).
O Sindusfarma informou ainda que o percentual de reajuste ainda será publicado pela Cmed, mas deve chegar a 5,21% neste ano. Será maior, portanto, que os 4,33% do ano passado. O Sindicato fez o cálculo com base na fórmula usada pela Cmed, que leva em conta a inflação do ano anterior, a competitividade do setor e a variação dos custos de produção não captados pela inflação, como a energia, o preço dos insumos e a variação cambial.
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O setor explicou, contudo, que há três faixas de reajuste. O aumento de 5,21% seria o teto desse reajuste, que é aplicado aos medicamentos que são encontrados mais facilmente no mercado e têm alta concorrência. Ainda há uma faixa média de reajuste, para os remédios que têm concentração moderada, que seria de 4,22%. E uma terceira faixa de aumento, que vale para os medicamentos que têm pouca concorrência e seria de 3,23%. O reajuste médio deste ano, nos cálculos do Sindusfarma, seria, portanto, de 4,08%.
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