O dólar comercial voltou a renovar a máxima histórica nesta quarta-feira (1º/3). A moeda americana fechou o dia em alta de 1,29%, sendo vendido a R$ 5,261. Ao longo do dia, chegou a bater R$ 5,27. Apenas em 2020, o dólar teve valorização de 31,11%. Já o IBovespa fechou a quarta-feira com uma queda de 2,81%, com 71 mil pontos, influenciado pelo clima de pessimismo diante da pandemia do novo coronavírus. Foi o menor índice desde 23 de março,quando chegou a 66 mil pontos.
Nos Estados Unidos, os resultados não foram muito diferentes. O índice Dow Jones Industrial, da bolsa de Nova York, encerrou o dia com queda de 4,44%. A bolsa de Xangai teve leve queda, com 0,57%. A Euronext, maior bolsa de valores da Europa, registrou queda de 3,53%.
Segundo Renan Silva, economista da BlueMetrix Ativos, o tom do mercado será dado pela quarentena. Os investidores, segundo ele, enxergam com pessimismo a prorrogação do período de isolamento. "Nós tivemos uma primeira fase em que os mercados estavam tomando conhecimento da gravidade do coronavírus. Na fase em que estamos agora, o tom será dado pela quarentena. Se começar a ter extensão das quarentenas, a economia deve piorar, sofrer de forma mais severa. E as autoridades estão indo nessa linha. O que a gente está vendo no mercado é um reflexo disso".
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Ele avalia que os índices devem continuar em queda porque, momento, não há motivo para a volta do otimismo entre os investidores. O que tem motivado quedas e leves altas é o reposicionamento de investidores, que começam a retornar à bolsa. Mas esse movimento, segundo Renan, não é expressivo. "No mundo inteiro, [o coronavírus] é um problema sistêmico e isso tem sido a característica central. As bolsas sofreram igualmente nesta quarta. Hoje, realmente não há motivação que o otimismo volte para a bolsa. É certo que a gente tem observado investidores reposicionando, por isso houve algumas oscilações entre altas e baixas. Aqueles primeiros investidores que vão retornando. Investidores pontuais seguram a bolsa, mas não há um movimento de manada porque o pessimismo prevalece", explica o economista.
Ainda segundo Renan, as empresas de aviação, que têm sido severamente afetadas com a crise, devem continuar em situação complexa após o surto, uma vez que os modelos de negócios podem ser alterados. "A gente vê perdas muito expressivas em empresas de varejo, turismo, aviação, segmentos que têm sensibilidade de renda. O setor mais atingido hoje é o de aviação, cujos custos são muito elevados e as margens estreitas. Há uma ruptura do modelo econômico. Esses encontros de negócios agora estão sendo feitos on-line com mais profissionalismo, isso pode ser uma tendência. Se você pode fazer encontros virtuais, de forma mais barata, vai preferir fazer dessa forma. Modelos antigos em que viagens de negócios movimentavam a aviação podem ser mudados", completa.
*Estagiário sob a supervisão de Roberto Fonseca
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