Correio Braziliense
postado em 02/04/2020 04:04
Com a drástica redução na movimentação aeroportuária, devido às medidas de restrição impostas pelo combate à disseminação da Covid-19, o Aeroporto de Brasília passa a operar por dia o que fazia em menos de 30 minutos. Em abril, o terminal receberá apenas uma média de 21 pousos e decolagens diários –– em condições normais, movimenta, em média, 380 voos diários. Por causa da pandemia, o terminal, que tem capacidade para operar um voo a cada 56 segundos, receberá, ao longo de um dia inteiro, o total de voos que teria condições para receber em menos de 30 minutos.
Os 21 voos remanescentes representam uma redução de mais de 90% no fluxo do terceiro maior aeroporto do país em movimentação de passageiros. As chegadas e partidas que continuarão a operar são relativas a apenas os trechos domésticos. Desde 25 de março, os voos internacionais regulares no terminal foram completamente suspensos e não há previsão para que sejam retomados.
O Aeroporto de Brasília é o centro de conexão do país, ligando a capital a 43 destinos domésticos e nove internacionais. Com a brusca redução, a oferta de voos é limitada a 16 cidades, para as regiões Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil, de acordo com a Inframerica, concessionária que administra o complexo.
Por conta da redução, houve fechamento de uma das alas de embarque, a que comporta os portões de 1 a 14. A Inframerica ainda estuda a suspensão das operações de uma das pistas de pousos e decolagens. “A medida tem por objetivo otimizar a utilização da infraestrutura aeroportuária durante o período de pandemia e mitigar os efeitos econômicos da crise causada pela Covid-19”, explicou a concessionária, por meio da assessoria de comunicação.
Com isso, muitas lojas do terminal brasiliense encontram-se fechadas temporariamente. Mas, ainda é possível encontrar serviços essenciais, como farmácia e lanchonetes, principalmente nas salas de embarque. A aviação civil foi o primeiro setor a sentir os efeitos da pandemia e poderá ser um dos últimos a sair da crise.
Avisos sonoros
Um estudo publicado pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) mostrou que, em 2015, a produção do setor do transporte aéreo representou 11% do total da produção do Distrito Federal, com a geração de 737 mil empregos diretos, indiretos e catalisados; o pagamento de R$ 6,5 bilhões em salários nos mais diversos setores da economia local; e o recolhimento de R$ 2,7 bilhões em impostos e taxas. Representa que o DF é a unidade da Federação com maior impacto do modal aéreo sobre a economia local.
Além da queda na movimentação, a rotina no Aeroporto de Brasília mudou. Agora, funcionários do atendimento ao cliente usam máscaras e luvas, e os colaboradores cujas atividades podem ser desenvolvidas fora do terminal estão trabalhando em regime home office. Telas informativas e avisos sonoros alertam sobre os riscos da Covid-19 e as formas de se prevenir. Nos banheiros, comunicados instruem como lavar bem as mãos, e nos elevadores novas regras pedem ocupação máxima de três pessoas.
No chão, adesivos alertam para a necessidade de se manter um distanciamento de 2 metros entre as pessoas. Há dispensadores de álcool em gel nas áreas de grande circulação de trabalhadores. A equipe de limpeza intensificou a higienização de balcões de check-in, corrimãos, escadas e esteiras rolantes, totens de autoatendimento, e a reposição de sabonete nos 33 banheiros do aeroporto.
Os bombeiros militares do Distrito Federal e o GDF estão realizando triagens e medições de temperatura de passageiros que desembarcam. A ação acontece diariamente na saída dos voos domésticos. (SK)
43 destinos
é a quantidade de ligações, entre cidades do Brasil e do exterior, realizada pelo JK, que é o principal centro de conexão aérea do país
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