Economia

Empresas de diversos setores se unem para contar o avanço do coronavírus

Instituições de diversos setores da economia se juntam ao esforço coletivo para combater o avanço da pandemia no Brasil. Ajuda da iniciativa privada se concentra na doação de recursos e na produção de itens necessários para evitar o contágio, como álcool em gel

Correio Braziliense
postado em 04/04/2020 07:00
Fábrica da GM nos EUA desenvolve respirador: inspiração para o BrasilUm pedido que partiu do governo do Reino Unido para a Ford e a Honda inspirou outras montadoras no mundo: produzir respiradores. Os aparelhos auxiliam no tratamento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. A fábrica da General Motors na cidade de Kokomo, no estado norte-americano de Indiana, trabalha em parceria com a Ventac – empresa especializada em equipamentos hospitalares — no desenvolvimento de um respirador. Na Itália, um dos países que mais sofrem com a epidemia de Covid-19, a Fiat e a Ferrari também somam esforços para combater a crise de saúde.

No Brasil, grandes bancos se comprometeram a doar 5 milhões de testes rápidos para detectar a doença, além de respiradores e tomógrafos. As instituições Itaú, Santander e Bradesco formaram uma força-tarefa que definiu a logística mais eficiente para a importação dos produtos, sob orientação do Ministério da Saúde. Em nota, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, afirma que a união de esforços é o caminho mais viável para superação das dificuldades. Candido Bracher, presidente do Itaú, segue a mesma linha. “A gravidade da crise demanda que não apenas o governo, mas também a sociedade civil atue de forma rápida e efetiva para combater a Covid-19”. Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil, pontua que as iniciativas setoriais visam, além de apoiar profissionais de saúde e pacientes, “manter o fôlego financeiro de negócios e pessoas durante este período mais crítico de combate à pandemia”.

A mineradora Vale também está engajada. Comprou 100 toneladas de insumos, como álcool em gel 70%, sabão e detergente, a serem doados à Secretaria de Estado e Saúde Pública (Sespa) no Pará. Os primeiros lotes foram entregues na segunda-feira, dia 30 de março. A empresa também está reformando e ampliando uma ala de internação do Hospital Municipal de Parauapebas (HMP). Mais de 40 leitos de Unidade Semi-intensiva estarão disponíveis para pacientes.

Álcool da Ambev
A Votorantim, por sua vez, doará R$ 50 milhões a governos, instituições de saúde e entidades privadas para serem destinados à compra de kits para teste de coronavírus, respiradores e outros equipamentos. Municípios de pequeno e médio porte com mais vulnerabilidade terão prioridade para receber os itens de saúde.

A Cervejaria Ambev, por seu lado, está produzindo etanol a fim de entregar 500.000 unidades de álcool em gel, em embalagens próprias de 237ml. Terão prioridade na distribuição os hospitais públicos nas áreas mais afetadas das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, conforme orientação das secretarias de saúde. Nas redes sociais, a empresa afirma que “foi uma das formas que encontramos de ajudar neste momento em que toda solidariedade faz diferença”.

Em Brasília, a concessionária Brasal anunciou que doou para Secretaria de Saúde do Distrito Federal de R$ 2 milhões em itens de suporte para Unidades de Terapia Intensiva (UTI), além de máscaras, luvas e álcool em gel.

Riezo Silva Almeida, coordenador do curso de Ciências Econômicas do IESB, considera positivo o engajamento dos empresários no combate ao novo coronavírus. “É melhor que eles não dependam do governo para tomar providência e minimizar os impactos do coronavírus. Assim, a rotina de consumo das pessoas volta em breve; e as empresas, também”, afirma. Ele ressalta, ainda, a importância do setor privado em um momento de crise. “Sem a ajuda das empresas, o governo não daria conta devido aos gastos que vai ter pela frente, como o pagamento do auxílio emergencial”, acredita. O professor e economista Luiz Roberto Cunha considera os investimentos privados importantíssimos para a superação da crise. “As empresas também estão sofrendo e perdendo receita”, pontua. 

*Estagiários sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza

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