Economia

Guedes: R$ 1 trilhão contra a crise

Correio Braziliense
postado em 04/04/2020 04:04



 
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o pacote de enfrentamento à crise sanitária e econômica do novo coronavírus pode chegar a R$ 1 trilhão. O valor é o maior já anunciado pelo governo. “Os programas já passaram dos R$ 800 bilhões e, possivelmente, vão chegar a quase R$ 1 trilhão ao longo das próximas semanas ou meses”, disse Guedes, em pronunciamento realizado no Palácio do Planalto.

O ministro também afirmou que o rombo das contas públicas brasileiras pode chegar a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano. É um deficit maior que o de R$ 419 bilhões anunciado na quinta-feira pelo próprio Ministério da Economia, equivalente à 5,55% do PIB.

Guedes, contudo, não detalhou como serão empregados todos esses recursos. “É um volume formidável. Nunca houve uma mobilização tão rápida de tantos recursos. Estamos preparados para atender as emergências”, disse. Inicialmente, Guedes havia dito que as medidas de enfrentamento ao Covid-19 iriam injetar R$ 750 bilhões na economia brasileira nos próximos três ou quatro meses. Depois, esse valor subiu para R$ 800 bilhões.

O ministro ressaltou que apenas o pagamento do benefício de R$ 600 aos trabalhadores informais, o chamado coronavoucher, vai custar R$ 98 bilhões ao governo. “Só esse programa excede todos os gastos discricionários previstos para este ano. Com isso, em três meses vamos gastar mais que toda a programação anual de todos os ministérios”, afirmou Guedes.

Blindagem
Bilhões em ajuda aos estados e aos municípios; R$ 51,2 bilhões no programa de proteção ao emprego, que assegurou o pagamento de seguro desemprego aos trabalhadores que tiverem o salário reduzido durante a pandemia; R$ 36 bilhões com a linha de crédito que vai financiar a folha de pagamento das pequenas e médias empresas nos próximos dois meses; e R$ 3 bilhões com a ampliação do Bolsa Família durante a pandemia do Covid-19.

O ministro da Economia afirmou, ainda, que todo esse empenho de recursos mostra a necessidade da chamada da PEC do Orçamento de Guerra. “Precisamos da blindagem jurídica e também da blindagem legislativa”, argumentou.

Guedes explicou que a proposta de emenda à Constituição é importante, mesmo depois da aprovação do estado de calamidade pública autorizar o governo a descumprir a meta primária deste ano, porque cria segurança jurídica para o descumprimento de outra regra fiscal: a regra de ouro. “Os gastos dessa magnitude de 6% do PIB exigirão um endividamento, e a regra de ouro diz que o governo não pode se endividar para financiar gastos (correntes)”, pontuou.




Dólar tem novo recorde
O dólar voltou a renovar máxima histórica e fechou a sétima semana consecutiva de ganhos. Em meio à cautela generalizada após os casos de coronavírus no mundo superarem 1 milhão, os dados nos Estados Unidos que mostraram perda de 701 mil empregos em março deram o tom do impacto econômico da pandemia. A moeda norte-americana registrou alta de 1,13%, ontem, cotada a R$ 5,326 para a venda, o maior valor nominal desde o plano real. Na semana, a moeda acumula valorização de 4,3%. No ano, o avanço é de 31,48%. O Banco Central fez um leilão em 10 mil swaps cambiais, mas não foi capaz de conter a alta. Já a Bolsa de Valores de São Paulo teve queda de 3,76%.



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