Economia

Banco Central estuda liberar crédito por maquinhas de cartão

O problema do acesso ao crédito foi apresentado ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e também ao ministro da Economia, Paulo Guedes

Correio Braziliense
postado em 04/04/2020 21:55
O problema do acesso ao crédito foi apresentado ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e também ao ministro da Economia, Paulo GuedesO Banco Central (BC) estuda uma forma de liberar crédito pelas "maquininhas" de cartão. A medida poderia facilitar o financiamento das micro e pequenas empresas, que nem sempre são atendidas pelos grandes bancos. E veio à tona justamente porque essas empresas têm reclamado da dificuldade de conseguir crédito nesse momento de desaceleração econômica.  

O problema do acesso ao crédito foi apresentado ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e também ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em conferências realizadas por investidores e empresários neste sábado (04/04). Tanto Campos Neto quanto Guedes afirmaram que o pacote de enfrentamento à crise do coronavírus que foi apresentado pelo governo conta com medidas de estímulo ao crédito. Mas prometeram ficar atentos e tomar novas medidas, se for necessário, para garantir que esse crédito chegue a todas as empresas. Os dois admitiram também que já estava em estudo, antes mesmo da crise do Covid-19, a possibilidade de transformar as maquininhas de cartão em fornecedoras de crédito.

"Existe um questionamento do que fazer com as menores [empresas]. E entendemos que a possibilidade de fazer via maquininhas talvez tenha uma abrangência grande. Trabalhamos, desenhamos e sugerimos um programa como esse", contou Campos Neto, explicando que é possível oferecer crédito por instrumentos diferentes para cada setor empresarial (o pequeno, o médio e o grande).

Em conferência realizada pela XP Investimentos, Campos Neto disse que a medida não saiu do papel ainda porque havia "outros programas na linha de produção, que entendemos como prioritários" nesse momento de pandemia. E frisou que agora a prerrogativa de decidir sobre o assunto não é do BC, mas do Ministério da Economia. 

O problema do acesso ao crédito foi apresentado ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e também ao ministro da Economia, Paulo GuedesO ministro Paulo Guedes, por sinal, também foi questionado sobre o assunto em outra conferência, promovida pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs). E disse que via com bons olhos a ideia do Banco Central "sair do cercadinho" em que só negocia com bancos, para abrir a cadeia de crédito para outros atores que possam chegar "de forma mais direta ao setor real".

"Tanto aplicativos, quanto maquininhas são viáveis. Estamos estudando e sei que o BC já está examinando", disse Guedes. Ele ainda contou que o BC tem conversado com empresas como Stone, Cielo e Pag Seguro, mas não indicou se o Ministério da Economia e o BC podem regulamentar essa medida em breve. 

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