"Há críticas quanto à velocidade, mas o Brasil não está atrasado. Algumas medidas foram até antecipadas e as outras estão no prazo. As medidas de capital são rápidas, mas as medidas fiscais tem um tempo mesmo. Então, eu pediria paciência. Acho que esse momento é de união", discursou o presidente do Banco Central, em live realizada pela XP Investimentos na noite deste sábado. "Temos um inimigo comum. Então, é importante as pessoas esquecerem as diferenças e pensarem no coletivo", acrescentou.
Sobre a atuação do BC, Campos Neto disse que as medidas de injeção de liquidez começaram antes mesmo da crise do coronavírus abater a economia brasileira. É que, no início de março, quando ainda não havia medidas de isolamento social no país, a autoridade monetária anunciou um programa de redução de compulsórios que promete liberar R$ 135 bilhões de liquidez no sistema financeiro nacional. Ou seja, mais que os R$ 82 bilhões liberados na crise de 2008. "Houve até certa crítica de por que liberar tanto compulsório, mas nós estávamos enxergando que era preciso manter o sistema líquido", disse.
Ele afirmou, então, que o BC se antecipou à crise e, ainda assim, anunciou um grande pacote de enfrentamento ao Covid-19 quando esse problema bateu com força no Brasil. Segundo Campos Neto, todas as medidas já anunciadas pelo BC podem liberar R$ 1,2 trilhão de liquidez. Isto é, 16,7% do PIB. "Os outros bancos centrais no mundo estão fazendo em média, 6%, 7%", calculou.
Saiba Mais
"O Brasil, no crédito, fez mais e mais rápido", concluiu, garantindo que, ainda assim, outras medidas podem ser anunciadas durante a pandemia do Covid-19. O BC já apresentou, por exemplo, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) pedindo autorização ao Congresso para atuar de forma direta no mercado de crédito.