Economia

BC diz que Brasil não está atrasado no enfrentamento ao Covid-19

Sobre a atuação do BC, Campos Neto disse que as medidas de injeção de liquidez começaram antes mesmo da crise do coronavírus abater a economia brasileira

Correio Braziliense
postado em 04/04/2020 22:49
Presidente Banco CentralO presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse neste sábado (4/4) que o BC brasileiro foi o primeiro do mundo a agir contra o impacto econômico do coronavírus. E ele estendeu a celeridade na resposta à crise ao restante do governo, apesar das críticas da sociedade civil de que algumas medidas de socorro econômico, como o benefício dos R$ 600, demoraram a chegar à população.

"Há críticas quanto à velocidade, mas o Brasil não está atrasado. Algumas medidas foram até antecipadas e as outras estão no prazo. As medidas de capital são rápidas, mas as medidas fiscais tem um tempo mesmo. Então, eu pediria paciência. Acho que esse momento é de união", discursou o presidente do Banco Central, em live realizada pela XP Investimentos na noite deste sábado. "Temos um inimigo comum. Então, é importante as pessoas esquecerem as diferenças e pensarem no coletivo", acrescentou.

Sobre a atuação do BC, Campos Neto disse que as medidas de injeção de liquidez começaram antes mesmo da crise do coronavírus abater a economia brasileira. É que, no início de março, quando ainda não havia medidas de isolamento social no país, a autoridade monetária anunciou um programa de redução de compulsórios que promete liberar R$ 135 bilhões de liquidez no sistema financeiro nacional. Ou seja, mais que os R$ 82 bilhões liberados na crise de 2008. "Houve até certa crítica de por que liberar tanto compulsório, mas nós estávamos enxergando que era preciso manter o sistema líquido", disse.

Ele afirmou, então, que o BC se antecipou à crise e, ainda assim, anunciou um grande pacote de enfrentamento ao Covid-19 quando esse problema bateu com força no Brasil. Segundo Campos Neto, todas as medidas já anunciadas pelo BC podem liberar R$ 1,2 trilhão de liquidez. Isto é, 16,7% do PIB. "Os outros bancos centrais no mundo estão fazendo em média, 6%, 7%", calculou.

Saiba Mais

Entre as medidas já anunciadas pelo BC, estão outra rodada de redução dos compulsórios, a criação da linha de crédito que vai financiar a folha de pagamento das pequenas e médias empresas, a retomada de operações de compra com compromisso de venda (repo) de títulos soberanos brasileiros denominados em dólar, a realização de empréstimos com lastro em letras financeiras e debêntures e a possibilidade de os bancos reduzirem o provisionamento - medida, que, segundo Campos Neto, foi tomada pelo Federal Reserva (Fed), o banco central americano, uma semana e meia depois de ser anunciada pelo Banco Central do Brasil. 

"O Brasil, no crédito, fez mais e mais rápido", concluiu, garantindo que, ainda assim, outras medidas podem ser anunciadas durante a pandemia do Covid-19. O BC já apresentou, por exemplo, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) pedindo autorização ao Congresso para atuar de forma direta no mercado de crédito. 

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