Economia

Medidas são insuficientes

Correio Braziliense
postado em 05/04/2020 04:17
Mesmo que a retomada das atividades econômicas ocorra no segundo semestre, cerca de 15,5 milhões de pessoas devem acabar o ano sem emprego no Brasil. Serão 3,2 milhões de desempregados a mais do que havia antes da pandemia. As projeções são da XP Investimentos e da ModalMais. Isso mostra que as medidas anunciadas pelo governo serão insuficientes para reduzir o baque da Covid-19 na economia

“É um aumento mais rápido do que o da crise de 2015, porque essa retração foi muito mais abrupta e isso impeliu as empresas a tomarem uma decisão no curto prazo. Se, em 2015 e 2016, o PIB caiu 3,5% por ano e a taxa de desemprego subiu três pontos percentuais, é razoável pensar que, se houver uma retração de 2% do PIB neste ano, o desemprego suba três pontos percentuais”, explica o economista sênior da XP, Marcos Ross. Ele lembra que essa retração de 2% do PIB ainda pode estar subestimada, o que pode fazer com que o crescimento do desemprego seja ainda maior do que os 14% estimados para o fim deste ano. “É uma taxa histórica grave”, admite.

“Nunca vivenciamos um período de parada abrupta da economia a nível global como este. Então, as projeções ganham um grau de incerteza muito grande. Mas é certo que nós vamos vivenciar um período de crise na economia real e o ajuste disso vai ser, em parte, via desemprego”, reconhece o estrategista-chefe do banco digital ModalMais, Felipe Sichel.

Ele explica que o mercado de trabalho vai sofrer um “choque severo” e uma “rápida deterioração” porque, nesse cenário de fechamento dos negócios, muitas empresas não terão caixa para se sustentar durante todo o período necessário de isolamento social. “As empresas, sobretudo as pequenas, que têm menos capacidade de caixa, infelizmente vão começar um processo de redução de custo. E, dado que o grande componente do custo das empresas, cerca de 45%, é folha, haverá demissão.”

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