Correio Braziliense
postado em 05/04/2020 04:17
O governo federal estuda maneiras de retomar a atividade econômica e estimular a geração de empregos quando não for mais preciso manter o isolamento social decorrente da pandemia do novo coronavírus. Na opinião do ministro da Economia, Paulo Guedes, esse caminho passa pelo teste em massa dos trabalhadores — que, uma vez curado, ganharia o “passaporte da imunidade” — e pela redução dos encargos que pesam sobre a folha de pagamentos. Por isso, em live realizada com empresários do varejo, ontem, ele prometeu cortar os impostos trabalhistas após a crise sanitária provocada pela Covid-19.
“A retomada, a geração de emprego em massa que vamos precisar lá na frente, virá pela eliminação, redução e simplificação de impostos, particularmente o mais cruel de todos, que é o imposto sobre a folha de pagamento”, afirmou Guedes, em encontro virtual promovido pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs).
O ministro argumentou que, hoje, “os encargos sobre a folha são excessivos” e, por isso, impedem a geração de emprego em massa, que será necessário depois do atual momento de fechamento de lojas e postos de trabalho. “A saída, lá na frente, vai passar por redução dos impostos, principalmente os mais disfuncionais. Agora, estamos atacando o capital de giro e a manutenção do emprego. E, mais na frente, vamos atacar esse tema. Criar emprego tem que ser algo fácil, barato e estimulante”, explicou. Guedes admitiu que, para isso, será preciso “ter a ousadia de fazer o que não tivemos coragem de fazer até agora”.
Apoio
Os empresários que participaram da vídeoconferência prometeram apoiar o projeto. Isso porque o setor produtivo calcula que a folha de pagamento representa, em média, 45% do custo de uma empresa, pois, em muitos casos, os impostos cobrados sobre cada trabalhador custam quase a mesma coisa que o salário pago. “Espetacular. Nós vamos lhe ajudar nisso”, exultou o presidente da Unecs, George Pinheiro.
Guedes ainda disse que, quando o Ministério da Saúde permitir o afrouxamento das medidas de isolamento social, o teste massivo de trabalhadores pode garantir o retorno seguro das atividades econômicas. “As pessoas vão sendo testadas. Pode ser semanalmente e, quem estiver livre, continua trabalhando. E aí, fazendo o teste, pode ir girando a economia, mais lá na frente”, explicou.
O ministro disse que conversou com um amigo da Inglaterra, que, segundo ele, poderia enviar 40 milhões de teste por mês para o Brasil. Batizou a iniciativa como “passaporte da imunidade” — tal como vem sendo estudado na Europa, com o intuito de identificar quem já criou imunidade à Covid-19.
Mas o ministro ressaltou que tudo isso só será implementado com a autorização do Ministério da Saúde, quando não for mais preciso ficar em casa para conter a disseminação do agente infeccioso. “Agora, estamos em isolamento. Estamos planejando a saída, para quando sair, lá na frente, do regime de isolamento. Estamos sob coordenação do ministro (Luiz Henrique) Mandetta, em isolamento social”, frisou.
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