Economia

Crise: empresários relatam juros mais altos e restrições em financiamento

Os executivos participam nesta tarde de uma Live organizada pelo BTG Pactual

Correio Braziliense
postado em 05/04/2020 18:21
Os executivos participam nesta tarde de uma Live organizada pelo BTG PactualEmpresas de vários setores já sentem a deterioração das linhas de crédito, com alta de juros, reduções de prazos e limites de empréstimos no mercado em razão dos impactos da crise do coronavírus sobre a economia brasileira.

"O mercado subiu bastante o preço, e alguns bancos pararam de liberar caixa", afirmou há pouco Peter Furukawa, presidente da Quero Quero, maior varejista do Rio Grande do Sul. O executivo mencionou que antes da crise era possível captar recursos a uma taxa de CDI %2b 0,9% ao ano, enquanto, hoje, essas mesmas linhas subiram para CDI 3,5% ao ano.

Algumas semanas atrás, a direção da Quero Quero estava em road show apresentando a empresa a investidores internacionais, preparando-se para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) neste ano. Mas o processo foi interrompido pela crise.

O mesmo ocorreu com a Petz, que atua no setor de produtos e cuidados para animais de estimação, e também mantinha conversas preliminares com investidores para um IPO até a crise estourar, mas teve que postergar os planos.

O diretor financeiro da companhia, Diogo Bassi, comentou que a empresa agilizou a captação de recursos por outros instrumentos do mercado financeiro. No início do ano, era fácil obter financiamento com carência para início da amortização, mas esse prazo foi reduzido, contou.

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"Nós já tínhamos o caixa alto, mas buscamos aumentar. E isso está ligado também aos fornecedores", explicou, referindo-se à necessidade de dar prioridade a pagamentos a parceiros comerciais de pequeno e médio portes, que têm menos fôlego financeiro. Já com fornecedores de maior porte, a ordem é renegociar pagamentos.

O presidente da fabricante de notebooks, computadores e eletrônicos Positivo, Hélio Rotenberg, comentou que teve "sorte" ao conseguir realizar a sua emissão secundária de ações (follow on) antes de a pandemia de coronavírus ganhar corpo.

"Queremos preservar o máximo de caixa. Temos que endurecer sem perder a ternura", afirmou, concordando sobre a necessidade de renegociar pagamentos a fornecedores. "Para os pequenos, temos sido mais generosos, negociando com os grandes." Os executivos participam nesta tarde de uma Live organizada pelo BTG Pactual.

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