Economia

Supermercados mais cheios: crise do Covid-19 impulsiona compras domésticas

Setor registrou procura acima da média na terceira de semana de março. Segundo o presidente da Abras, consumidores estocaram comida em razão das medidas restritivas, mas abastecimento está garantido. Rio determina escala de horários

Correio Braziliense
postado em 07/04/2020 06:00

Consumidores brasilienses vão às compras: Brasília foi uma das cidades  onde o preço da cesta de alimentos sofreu ligeira redução em fevereiroA Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou que o alerta da Covid-19 impulsionou as vendas do setor entre 14 e 21 de março, período em que o número de clientes ficou acima da média. “A maioria aumentou as compras com o objetivo de estocar comidas para ficar mais tempo em casa”, afirmou o presidente da Associação, João Sanzovo Neto. A movimentação nos supermercados tem se normalizado aos poucos. A Abras enfatizou que trabalha para manter as mais de 90 mil lojas abastecidas: “A cadeia produtiva é bastante extensa. Desde o produtor até as gôndolas, todos estão trabalhando normalmente. A logística segue em pleno funcionamento”, disse Sanzovo.


Com exceção dos produtos relacionados ao combate da Covid-19, como álcool gel e máscaras, as mercadorias chegam diariamente às lojas do setor. A dona de casa Gleuicia Veleci, 54 anos, moradora de Sobradinho, não sentiu falta de nenhum produto no mercado. Em compensação, a maior higienização do local e o aumento no preço dos produtos após a chegada da pandemia chamaram a atenção da consumidora.
Apesar das observações dos brasilienses, o relatório da Abras aponta que, em fevereiro, as únicas regiões que apresentaram aumento da Cesta Abras Mercado foram o Nordeste (2,16%), onde o valor passou de R$ 438,10, registrados em janeiro, para R$ 447,55; e o Norte (0,13%), que registrou alta de R$ 550,44, ante R$ 549,72 apurados no mês anterior. A Região Centro-Oeste apresentou uma variação negativa (-1,48%), chegando ao valor de R$ 480,45.

O vice-presidente de assuntos comerciais da rede Big Box e Ultrabox do DF, Jorge Helou Filho, afirmou ainda em março ter percebido uma grande movimentação nas lojas, mas que a situação estava se normalizando. “Estava fora de qualquer expectativa”, ponderou. Gleucia evita sair de casa, obedecendo à orientação de manter distanciamento social. “Fiz uma compra grande antes de tudo isso. Agora, meu marido sai de vez em quando para complementar, sempre com máscara e luva”, conta.

Comércio no Rio
A partir de hoje, as fábricas do município do Rio de Janeiro deverão começar a funcionar antes das 6h. Já os estabelecimentos comerciais autorizados a funcionar durante o período de isolamento passarão a abrir depois das 9h, com algumas exceções. As regras foram determinadas ontem, por decreto assinado pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos). O objetivo é impedir aglomerações no transporte público, para evitar o avanço do novo coronavírus na cidade. O decreto traz ressalvas quanto às atividades que tradicionalmente começam a funcionar antes das 9h, no caso do comércio. Padarias, farmácias, postos de combustíveis, lojas de conveniência (sem consumo dentro delas) e bancas de jornal poderão abrir antes das 9h.

Já as demais áreas do comércio autorizadas a funcionar no Rio deverão respeitar a determinação de abertura das portas a partir das 9h. São supermercados, hortifrútis, mercearias, açougues, aviários, peixarias, depósitos, distribuidoras e transportadoras, entre outros empreendimentos.

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