Economia

Standard & Poor's baixa avaliação do Brasil de "positiva" para "estável"

Procurado, o Ministério da Economia não comentou o assunto

Correio Braziliense
postado em 07/04/2020 06:00
ilustração do mapa do brasilA agência de classificação de risco norte-americana Standard & Poor’s (S&P) reduziu a perspectiva da avaliação do rating soberano do Brasil de “positiva” para “estável”. A instituição manteve a nota de crédito de longo prazo dos títulos do governo brasileiro em moeda estrangeira em BB —, conforme comunicado divulgado ontem à noite.

Procurado, o Ministério da Economia não comentou o assunto. Em 11 de dezembro do ano passado, a S&P elevou de “estável” para “positiva” a perspectiva do rating dos títulos soberanos do Brasil, com uma sinalização de aumento da nota se o quadro fiscal apresentasse melhora e houvesse avanço na agenda de medidas complementares à reforma da Previdência. Naquela ocasião, a agência previa crescimento de 2% no PIB deste ano e piora nas contas públicas, com dívida bruta chegando a 85,3% do PIB em 2022.

Agora, com a mudança na nota, as perspectivas de rebaixamento do país entram no radar, porque as previsões da S&P são até otimistas para a economia brasileira. Com revisão das projeções, a S&P estima queda de 0,7% no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A mediana das estimativas do mercado computadas pelo Banco Central e divulgadas ontem, passou de queda 0,49% para retração de 1,18%, mas há analistas prevendo retração mais forte, acima de 6%.

“Esperamos que o crescimento do PIB e o desempenho fiscal do Brasil sofram em 2020 devido à pandemia da Covid-19 e a gastos extraordinários do governo, antes que a recuperação econômica gradual e a consolidação fiscal sejam retomadas”, informou a agência no comunicado aos investidores.

Pelas novas estimativas da S&P, o deficit primário nas contas públicas passará de 1,2% para 7,1% do PIB, neste ano. Considerando o PIB de R$ 7,5 trilhões estimado pela S&P para 2020, o rombo passaria de R$ 90 bilhões para R$ 535 bilhões. Enquanto isso, a dívida pública bruta vai subir de 76,8%do PIB, em 2019, para 85,3%, neste ano, e para 90,8% da riqueza nacional, em 2023.

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