Economia

BC pode atuar mais forte no mercado de câmbio, garante Campos Neto

Ele destacou, porém, que essa intervenção só será feita se for preciso, já que o BC entende que o câmbio é flutuante

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira (08/04) que a autoridade monetária está pronta para atuar de forma mais agressiva no mercado de câmbio. Ele destacou, porém, que essa intervenção só será feita se for preciso, já que o BC entende que o câmbio é flutuante.

"Estamos preparados para fazer uma coisa maior no câmbio se for necessário. Mas entendemos que o câmbio é flutuante", disse Campos Neto, ao ser questionado sobre a alta do dólar, que hoje é cotado a R$ 5,21, em live
promovida pelo Credit Suisse nesta quarta-feira (08/04).

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Ele ainda lembrou que, ao intervir no câmbio, o objetivo do Banco Central é evitar excessos e estabilizar os mercados. É por conta disso que, diante da escalada registrada pelo dólar neste ano, o BC realizou uma série de leilões extraordinários de swap cambial e até vendeu parte das reservas internacionais nas últimas semanas. Parte do mercado, contudo, afirma que ainda é preciso tomar medidas mais duras, já que o dólar, que começou o ano perto dos R$ 4, está há semanas acima dos R$ 5.

Campos Neto, portanto, admitiu que o real se desvalorizou mais que outras moedas neste ano. Ele também reconheceu que essa desvalorização intensificou a fuga de capital estrangeiro do Brasil e elevou a percepção de risco do Brasil. "Teve uma depreciação um pouco maior. Tem vários elementos ligados a isso. Mas estamos preparados. As reservas são grandes. Temos uma linha de swap de US$ 60 bilhões. Estamos preparados. Temos atuado e podemos atuar mais forte a qualquer momento", afirmou.