Economia

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Enquanto muitos empresários dão lições de solidariedade, outros se preocupam apenas com questões financeiras, deixando a vida em segundo plano

Correio Braziliense
postado em 09/04/2020 04:04
Enquanto muitos empresários dão lições de solidariedade, outros se preocupam apenas com questões financeiras, deixando a vida em segundo plano

Plano para socorrer pequenos negócios

Empresários e executivos –– como Eduardo Mufarej, fundador do movimento RenovaBR (foto); Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva; Igor Senra, criador da fintech Cora; e Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae-SP –– lançaram nesta semana um programa para oferecer crédito rápido com taxas abaixo do mercado para pequenas e médias empresas. Chamado de “Estímulo 2020”, o projeto reunirá doações de pessoas físicas e jurídicas para oferecer capital de giro equivalente a até um mês de faturamento das empresas beneficiadas. O dinheiro será cedido com juros iguais ou próximos ao CDI, com carência de três meses e pagamento em até 18 parcelas. Segundo Mufarej, a ideia é evitar o colapso das PMEs, as mais impactadas pela crise do coronavírus, preservar empregos e garantir a sobrevivência dos negócios no longo prazo. Há o temor generalizado de que bares, restaurantes, mercearias e outros pequenos empreendimentos não resistam à quarentena prolongada.


"Precisamos de um novo Plano Marshall”
Bruno Le Maire, ministro da Economia da França, referindo-se ao programa de ajuda econômica dos Estados Unidos para a reconstrução da Europa Ocidental após a Segunda Guerra Mundial


Os efeitos colaterais do coronavírus

A pandemia do coronavírus tem provocado um efeito colateral inesperado: ela escancara o melhor das pessoas ou seu lado mais sórdido. Enquanto muitos empresários dão lições de solidariedade, outros se preocupam apenas com questões financeiras, deixando a vida em segundo plano. Se há os que se comprometem em não demitir, outros aproveitam a ocasião para aliviar a folha de pagamento. De certo modo, o coronavírus revela quem é quem em tempos de guerra.


Mercado financeiro quer fim da quarentena

Boa parte do mercado financeiro tem demonstrado impaciência com a quarentena imposta pelas autoridades estaduais e municipais. Nas redes sociais, muitos deles agem como se fossem especialistas em saúde, apresentando argumentos fisgados na internet para defender a ideia de que o isolamento social precisa acabar. Outros afirmam que, com as cidades paradas, os mais pobres vão sofrer. O que nem todos admitem é que anseiam o relaxamento da quarentena para evitar perdas na Bolsa de Valores.


Mundo vai ingressar na era do “faça você mesmo”

O isolamento social obrigou milhões de consumidores a aprender novas habilidades. Segundo estudo da Nielsen, o mundo vai entrar na era DIY (sigla inglesa para “do it yourself” ou “faça você mesmo”). A consultoria descobriu que as vendas de fermento cresceram 650% na semana encerrada em 21 de março em relação ao mesmo período do ano passado. Ou seja: as pessoas estão aprendendo a cozinhar. A Nielsen também detectou um aumento de 20% nas vendas de kits de coloração de cabelo.


21,5%
foi quanto caíram as vendas no varejo, entre 9 e 30 de março, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da empresa de cartões Cielo. A queda foi expressiva, mas num ritmo menor do que o esperado diante do lockdown (paralisação da economia) imposto pelas autoridades.


Rapidinhas
  • Na segunda-feira 6, Milton Rego, presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), foi procurado pela equipe do Projeto Inspire, da Poli-USP, que desenvolve um ventilador pulmonar de baixo custo, com um pedido urgente: chapas de alumínio para serem usadas na produção dos equipamentos de combate ao coronavírus.

  • A remessa deveria ser entregue em 24 horas para que os aparelhos fossem montados e seguissem para teste. Milton acionou as associadas da Abal. Deu certo: 10 chapas foram produzidas e entregues em tempo recorde, dentro do prazo proposto. “A indústria do alumínio tem feito uma série de ações no esforço contra a pandemia”, diz o executivo.


  • O Grupo SEB, do empresário Chaim Zaher, criou um projeto que pretende captar até R$ 500 mil para pessoas em situação de vulnerabilidade. Segundo a empresa, o valor será distribuído em forma de doação e educação. O Grupo SEB também aderiu à política de preservação de empregos, que abrange a sua rede Maple Bear International.

  • O Banco BS2 vai doar 570 kits preventivos para o Hospital da Baleia, de Belo Horizonte. O material inclui luvas, aventais, máscaras de proteção e óculos. Um dos mais importantes de BH, o Hospital da Baleia é mantido pela Fundação Benjamin Guimarães há 75 anos. O BS2 é parceiro do hospital há duas décadas.




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