Economia

Governo francês prevê retrocesso de 8% do PIB em 2020

A previsão negativa é consequência da paralisação quase completa do país e do plano de emergência de 100 bilhões de euros para apoiar as empresas e trabalhadores

Correio Braziliense
postado em 14/04/2020 09:35
Ministro da Economia da França, Bruno Le Maire.O governo da França prevê um retrocesso do Produto Interno Bruto (PIB) de 8% em 2020 e um déficit público de 9%, anunciaram nesta terça-feira dois ministros.

"Nossa previsão de crescimento será fixada em -8% no projeto de orçamento que será apresentado nos próximos dias", afirmou o ministro da Economia, Bruno Le Maire, em uma entrevista ao canal RMC/BFMTV, poucas horas depois do anúncio do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a prorrogação do confinamento até 11 de maio.

O ministro das Contas Públicas, Gerald Darmanin, declarou à rádio France Info que prevê um déficit público de 9% do PIB e uma dívida de 115%, devido ao impacto da epidemia do novo coronavírus.

Há menos de uma semana os dois ministros já antecipavam previsões negativas, mas menos profundas, para a economia francesa, em consequência da paralisação quase completa do país e do plano de emergência de 100 bilhões de euros para apoiar as empresas e trabalhadores.

Eles citaram um retrocesso do PIB de 6%, um déficit público de 7,6% e uma dívida equivalente a 112% do PIB.

O plano econômico de emergência previsto pelo governo aumentou à medida que as autoridades decidiram destinar mais recursos para cobrir a redução obrigatória do tempo de trabalho para muitos funcionários e para apoiar as pequenas empresas.

"Não chegamos ao fim da crise da Covid-19. Os números que apresento hoje, assim como o ministro da Economia, são indicativos", disse Darmanin. 

Ele considerou "perfeitamente possível" que as previsões passem por uma revisão porque "não sabemos quando terminará o confinamento, embora exista um objetivo apresentado pelo presidente da República, e tampouco sabemos de que maneira vamos acabar com a quarentena", explicou.

Macron anunciou na segunda-feira que o confinamento prosseguirá pelo menos até 11 de maio e mencionou que a volta à normalidade será progressiva, com uma paulatina reabertura das escolas e a retomada da atividade econômica.

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