Economia

Sachsida pede debate "honesto" sobre congelamento de salários de servidores

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, defendeu que está na hora de pensar no congelamento de salários de algumas categorias do funcionalismo público

Correio Braziliense
postado em 14/04/2020 09:45
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, defendeu que está na hora de pensar no congelamento de salários de algumas categorias do funcionalismo públicoO secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, admitiu nesta terça-feira (14/2) que, diante da crise do coronavírus, a possibilidade de reduzir os gastos com o funcionalismo público tem que entrar no radar do governo e da sociedade brasileira. 

Em live com o mercado financeiro, promovida pela XP Investimentos, Sachsida alegou que todos os brasileiros devem dar a sua contribuição nesse momento de desaceleração econômica. E disse que, por isso, está na hora de pensar no congelamento de salários de algumas categorias do funcionalismo público.

"Quando falo abaixar, não é cortar salário. É uma discussão honesta. Tem algumas carreiras que realmente merecem reajuste, porque estão muito defasadas. Mas tem carreira que a pessoa entra ganhando R$ 15 mil, $ 20 mil, R$ 30 mil. Então, não é tão complicado assim passar um ou dois anos sem reajuste, até porque a inflação está baixo", defendeu Sachsida, dizendo que está é uma "contribuição honesta" que "tem que entrar no radar".   
 

"Questão moral"

Sachsida levantou essa questão dizendo que, diante do atual momento de crise, é preciso pensar em medidas econômicas, mas também em questões morais. "Nos lares em que mais da metade da renda vem do setor informal, a renda caiu de 70% a 80%. O desemprego está subindo a passos largos. Então, será que está correto algumas pessoas não perderem emprego e manterem salários?", começou o secretário, dizendo logo depois que, diante disso, é preciso "olhar com muita atenção a questão do funcionalismo público".

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"Olha o sofrimento que está na sociedade. Quantos não estão com medo de perder o emprego? Quem não tem um parente em situação delicada? O exemplo tem que vir de cima", emendou Sachsida, destacando que é servidor de carreira e que, por isso, também poderia ser atingido por eventuais projetos de corte ou congelamento de salários do funcionalismo. "Em um povo unido, todos precisam dar a sua contribuição", alegou.

Voltando à questão econômica, Sachsida lembrou ainda que a despesa com o funcionalismo representa o terceiro maior gasto do governo brasileiro hoje em dia. "O ministro Paulo Guedes já deixou claro que o Brasil tem três grandes contas: a conta de Previdência, a conta de juros e agora é a terceira ponta que temos que abaixar, que é a do funcionalismo público", disse, lembrando que as reformas já atacaram os gastos com Previdência e com os juros da dívida pública.

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