Economia

Demanda por transporte de cargas cai 43,9% entre 6 e 12 de abril

A NTC, associação que reúne as transportadoras, monitora o setor com pesquisas desde a semana de 16 a 23 de março, quando retração era 26,1%. No DF, queda é de 38%

Correio Braziliense
postado em 14/04/2020 15:04
NTCA demanda por transporte de cargas, vital para o abastecimento do país, caiu 43,9% na semana de 6 a 12 de abril. O levantamento, feito com 1,2 mil empresas do setor, é da NTC&Logística, associação que reúne as transportadoras do país. A entidade faz o monitoramento desde a semana de 16 a 23 de março, quando retração era 26,1%. No Distrito Federal, a queda é de 38%, enquanto Bahia (-55,8%) e Mato Grosso do Sul (-55,7%) lideram as perdas. Os estados com menores reduções são Maranhão (-27,3%) e Goiás (-29,7%).

Nas cargas fracionadas, a queda geral foi de 46,28%. Na demanda por local de entrega, a maior queda foi nas lojas de rua, com mais de 58% de retração, seguida por shopping centers (-50,67%) e a casa das pessoas físicas (-50,28%). 

Nas cargas com lotação a diminuição geral na demanda foi de 41,84%. Por local de entrega, chama a atenção a redução da indústria automobilística, de 64,13%, a maior entre todos os setores. As entregas para a indústria de linha branca, os eletrodomésticos como geladeira, fogão, e máquina de lavar, caíram 55,57%, enquanto a demanda da indústria alimentícia (produtos não refrigerados) teve retração de 50,35%. Até mesmo o setor farmacêutico, que não está com as portas fechadas por conta do coronavírus, teve queda na demanda, de 5%, a menor da pesquisa.

Para o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, o dado mais alarmante é a queda abastecimento de combustível caiu mais de 50%. “Isso mostra que metade do país parou”, disse. No entanto, há um fio de esperança, porque o setor de embalagens, que é um indicador antecedência, teve uma melhora. “Na primeira pesquisa, a queda na demanda por embalagem foi de 53%, na segunda, 56%, e na última a redução foi de 32%. Ou seja, começaram a produzir”, ressaltou. 


Pelucio também chamou a atenção para a queda de mais de 50% em vários estados. “Os empresários do transporte estão fazendo seu papel, abastecendo o país, mesmo com essa dificuldade. Hoje, vai ao shopping, está fechado, tem que guardar no armazém. Sai para fazer entrega, volta com a metade, isso mexe no bolso do transportador”, disse. O presidente da NTC defendeu a reabertura do comércio. “Não há desabastecimento, mas estamos preocupados. Precisamos voltar aos poucos e reabrir os mercados, um pouco de tudo”, sustentou.

Saiba Mais

A pesquisa também mostra a evolução da retração na demanda, que começou na semana de 16 a 23 de março, com queda de 26,1%, passando para retração de 26,9% na seguinte (24 a 29 de março). Em abril, os números passaram a cair mais rapidamente. Na semana de 30 a 5 de abril, a queda foi de 38,7%, chegando a 43,9% na semana passada.  

O levantamento da NTC também revelou que o número de empresas com queda no faturamento aumentou 32%. Na primeira semana, 66% dos entrevistados disseram ter perda de receita. O dado subiu para 71% no fim de março e para 82% no início de abril. Na semana passada, já era de 87%.

Menos roubo


Com tráfego menor nas estradas, caíram também os números relacionados a roubo de carga e acidentes nas rodovias federais. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), apontaram queda nos roubos de carga de 19%, entre os dias 11 de março e 12 de abril deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. A queda no roubo a ônibus foi ainda maior: 49%, segundo a mesma comparação. O número de acidentes também caiu, 28%. No caso dos acidentes graves, a redução foi de 23%. O número de mortes no último mês caiu 7% em relação a 2019 e o número de pessoas feridas nos acidentes registrou queda de 30%.

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