Correio Braziliense
postado em 17/04/2020 09:44
O dólar opera em baixa ante o real em meio a uma realização de ganhos, após quatro altas acumuladas em 3,19%, e diante da queda da moeda americana no exterior ante divisas principais e emergentes em meio ao otimismo com o plano de reabertura da economia norte-americana. Mas o recuo ante o real é limitado após a primeira contração trimestral no Produto Interno Bruto (PIB) da China, de 6,8% no 1º trimestre, ante o mesmo perÃodo do ano passado, como resultado dos efeitos adversos do coronavÃrus na segunda maior economia mundial.
Apesar de ser o pior resultado da atividade chinesa desde 1992, os investidores previam um tombo ainda maior. Além disso, o investidor olha a deflação de 0,03% da segunda prévia do Ãndice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que reforça a percepção de espaço para mais corte da Selic em maio.
A piora do cenário polÃtico interno ajuda também a restringir o ajuste de baixa do dólar. No radar, estão as incertezas sobre o andamento da pauta de votação do Congresso e o rumo que será dado à questão sanitária após a troca de comando no ministério da Saúde e diante de novos ataques do presidente Jair Bolsonaro aos outros poderes da República.
A Folha de S. Paulo informa que Bolsonaro tem dito a parlamentares que recebeu um dossiê com informações de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador João Doria (PSDB-SP) e uma ala do Supremo Tribunal Federal (STF) têm um plano para dar um golpe de Estado e tirá-lo do governo federal.
Bolsonaro fez a afirmação antes de iniciar uma reunião com lÃderes partidários do Congresso, sem apresentar aos parlamentares qualquer prova da existência do suposto plano.
Com esse pano de fundo negativo, os investidores estrangeiros podem reforçar as saÃdas de capitais do PaÃs, o que deve tende a exigir nova injeção de liquidez pelo Banco Central.
Às 9h34, o dólar à vista caÃa 0,48%, a R$ 5,2315. O dólar para maio cedia apenas 0,08%, a R$ 5,2345.
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