Correio Braziliense
postado em 17/04/2020 15:02
O aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide sobre a gasolina, representa risco para o abastecimento de gás de cozinha no país. A afirmação foi feita pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, nesta sexta-feira (17/4), em videoconferência com jornalistas. Os usineiros vêm pressionando o governo para elevar a Cide, de R$ 0,10 para R$ 0,50, a fim de tornar o etanol mais competitivo diante do derivado de petróleo. O valor da gasolina vem caindo junto com a demanda pelo produto, que despencou durante a crise do novo coronavírus, com a redução na circulação de veículos.“Alguns setores correm para pedir ajuda ao governo nos momentos de dificuldade, vendo só o lado do produtor. Temos que olhar para o consumidor. O aumento do imposto produz efeitos muito ruins”, afirmou Castello Branco. Com aumento da Cide, o consumo da gasolina tende a cair ainda mais. “Essa queda na demanda implica em redução de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo, mais conhecido como gás de cozinha) e aumento da importação para abastecer o mercado”, disse. “No momento não há risco de desabastecimento, mas com introdução de medidas protecionistas esse risco pode vir a se materializar”, assegurou.
Segundo o presidente da estatal, o Brasil tem deficiências de infraestrutura e há aumento sazonal da demanda por GLP nas regiões Sul e Sudeste com a chegada do inverno. “Peço a essas pessoas que pensem mais na sociedade, reflitam”, afirmou, referindo-se aos usineiros. Para o atual momento, sem aumento da Cide, Castello Branco garantiu o abastecimento. “Em abril, importamos 350 mil toneladas, mais do que suficiente para o mercado”, explicou.
De acordo com Anelise Lara, diretora de Refino e Gás Natural da Petrobras, o fator de utilização das refinarias está ligado à demanda. “Se há retração, temos que fazer adaptações ao novo contexto”, explicou. Ela disse que existem estoques de derivados, mantidos para eventuais aumentos de demanda não previstos. E o parque de tancagem da estatal está sendo utilizado para estocar tanto petróleo quanto derivados.
Saiba Mais
Impacto de coronavírus
O diretor de Relacionamento Institucional da Petrobras, Roberto Ardenghy, disse que há 162 casos confirmados e mais de 1 mil suspeitos na empresa. “Dos confirmados, metade são funcionários e metade de terceirizados”, detalhou. Segundo ele, a estatal estuda testar todos os empregados que vão para as plataformas, para tornar mais rígido o controle. No caso da plataforma arredada Capixaba, os protocolos foram seguidos. “A Petrobras acompanhou as medidas sanitárias, mas vamos ter que parar para fazer a descontaminação”, revelou.
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