Economia

Rombo das contas públicas está em crescimento, informa Waldery Rodrigues

Secretário especial de Fazenda conta que, em poucos dias, impacto de medidas contra Covid-19 no resultado primário passou de R$ 224 bilhões para R$ 285,4 bilhões "e deve aumentar"

Correio Braziliense
postado em 17/04/2020 18:24
Secretário especial de Fazenda conta que, em poucos dias, impacto de medidas contra Covid-19 no resultado primário passou de R$ 224 bilhões para R$ 285,4 bilhões O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, contou que o rombo das contas públicas está em crescimento constante devido ao aumento do impacto fiscal das medidas que estão sendo adotadas para conter os efeitos da crise desencadeada pela Covid-19, provocada pelo novo coronavírus. 

Na última quarta-feira, quando apresentou o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o impacto no resultado primário das medidas já anunciadas pelo governo era de R$ 224 bilhões e este valor, segundo ele passou para R$ 285,4 bilhões. “Esse valor está sendo atualizado diariamente e ele vai aumentar e isso vai implicar em custos para a sociedade”, afirmou Waldery, nesta sexta-feira (17/04), durante a apresentação do balanço do Ministério da Economia, no Palácio do Planalto. Ao contrário do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a chamar a Covid-19, de “gripezinha” e a preocupação dos governos com a necessidade de confinamento social de “histeria”, Waldery reconheceu que a crise que está se formando é de “largas proporções”. Ele, inclusive, admitiu que a fatura vai ser grande. “Essas medidas vão implicar em custos para a sociedade e vamos atualizar sempre, sendo transparentes e cautelosos e pode ser que alguma coisa fique para 2021”, destacou. 

Saiba Mais

As contas públicas do governo federal estão no vermelho desde 2014 e, pelas projeções do PLDO continuarão deficitárias até 2023. Pelas estimativas da equipe econômica, a dívida pública bruta deverá ficar entre 85% e 90% do PIB neste ano. Waldery admitiu que o rombo das contas deverá chegar a 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para o governo central, neste ano, e já é o maior da história, passando para 6,6% do PIB, incluindo estados e municípios.

Ao todo, as medidas anunciadas pela pasta somam R$ 1,169 trilhão, sendo que o impacto fiscal, pelas novas estimativas do governo, está em R$ 307,9 bilhões. Esse montante, segundo Waldery, inclui R$ 22,5 bilhões de renegociação da dívida de estados e municípios e que faz parte da proposta de R$ 77 bilhões feita pelo Executivo como contraproposta ao projeto de lei obriga a União a ressarcir entes federativos das perdas com arrecadação de ISS e ICMS.

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