Correio Braziliense
postado em 23/04/2020 04:04
O valor da gasolina nos postos de combustíveis está em queda desde março, chegando a valores que havia muito os consumidores não encontravam nas bombas. “Estou saindo bem menos de casa e economizando mais da metade do que eu gastava de gasolina”, afirma Victoria Hoff, de 22 anos. Ela abasteceu o carro em um posto do Núcleo Bandeirante pelo valor de R$ 3,49 o litro.
Dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) divulgados na segunda-feira revelam que o preço médio nos postos caiu para R$ 4,95 reais por litro, recuo semanal de 1,30%. Anual, de 10,16%.
De acordo com Paulo Tavares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), a queda no preço da gasolina se deve, principalmente, ao baixo consumo da população e ao aumento dos estoques mundiais. “O estoque, que era para três dias, virou estoque para 25 dias. Se eu não estou vendendo, eu abaixo o preço para levantar capital de giro e poder pagar os meus compromissos, como fornecedores e funcionários”, explica.
O preço médio do litro de gasolina em Brasília no dia 1º de março era de R$ 4,55. Hoje, é possível encontrar postos comercializando o combustível a R$ 3,29. Segundo o presidente do Sindicombustíveis-DF, esse valor está abaixo do encontrado nas distribuidoras, R$ 3,30. “Estão trabalhando negativo ou apenas empatando para levantar caixa”, pontua. De acordo com a média anterior e o valor de queda do produto, Tavares diz que o valor da gasolina na capital deveria ser de pelo menos R$ 3,95.
Baixa procura
Mesmo com os preços em baixa, a procura nos postos não aumenta. Segundo, Daniel Benquerer Costa, CKO do Posto 214 Sul, a queda foi de 50% “O volume reduziu diariamente, semanalmente e mensalmente, mas ainda não se encontrou um ponto de equilíbrio para acabar com a variação de preço. Tive que fazer um leve aumento (no preço), mas não aumentou o consumo e nem diminuiu”, diz.
A publicitária Ana Alvarenga, 26 anos, se deparou com um valor abaixo do esperado, ao abastecer por R$ 3,75 o litro, no posto Colorado. “Estávamos abastecendo a mais de R$ 4,00, desde o ano passado. Agora, todos os postos estão com valor abaixo disso”, comenta. A jovem também percebeu queda no preço dos postos da Asa Norte: “Costumo abastecer nos postos de entrequadra da 407 e, lá, tiveram uma redução grande na quarentena”.
*Estagiários sob a supervisão de Andreia Castro
Bolsa de Valores
Diferentemente do que normalmente ocorre, a Bolsa de Valores de São Paulo seguiu o caminho do dólar e também operou em alta ontem. A Bolsa fechou o dia com alta de 2,16%, aos 80.687 pontos, devido a uma onda de ânimo que tomou conta do mercado financeiro mundial. O otimismo veio, sobretudo, do ajuste dos preços internacionais de petróleo, tanto que as ações das Petrobras também subiram - a alta foi de 5,02%, uma das maiores do dia. Mas também contribuiu com isso a expectativa de que boa parte da economia mundial volte a funcionar em breve, após as diversas semanas de isolamento provocadas pelo novo coronavírus. Os analistas lembram, porém, que o clima ainda é de muita volatilidade.
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