O dólar bateu um novo recorde na manhã desta sexta-feira (24) por conta dos ruídos sobre a permanência do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no governo de Jair Bolsonaro. A moeda chegou a bater R$ 5,65 pouco depois da abertura dos mercados, mesmo depois de o Banco Central (BC) intervir no mercado.
Este é o terceiro dia consecutivo de recordes na cotação do dólar. Na quarta-feira (22), a moeda saiu de R$ 5,32 para R$ 5,41 por conta da percepção do mercado de que o Banco Central (BC) vai cortar a taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), reduzindo a rentabilidade das aplicações da renda fixa. Na quinta (23), subiu de R$ 5,41 para R$ 5,52, influenciado pelos juros e também pela incerteza política que ronda o governo federal desde a notícia de que o ministro Moro pediu demissão. E, como esses ruídos se intensificaram na manhã desta sexta-feira, com a exoneração de Maurício Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal, a moeda segue essa tendência de alta.
O dólar, que começou o dia cotado a R$ 5,52, bateu os R$ 5,59 por volta das 10h - uma hora depois da abertura dos mercados. O BC resolveu, então, atuar no mercado. A autoridade monetária ofertou 10 mil contratos de swaps cambiais e vendeu todos eles. O dólar foi, então, para R$ 5,58, mas logo voltou a subir, batendo o recorde de R$ 5,61 às 10h40, com o mercado já precificando a saída do ministro Sergio Moro do governo. A alta diária já é de 2,3%.
A percepção do mercado é que o governo de Jair Bolsonaro fica mais enfraquecido com a saída de Moro, já que o ex-juiz é um dos pilares da Esplanada dos Ministérios. Por conta disso, além de alta do dólar, o dia é de mais perdas na Bolsa de Valores de São Paulo. O Ibovespa, que já havia caído 4,9% na quinta-feira, opera com queda de 3,3% às 10h40 desta sexta-feira, aos 75.698 pontos.
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