Economia

Reservas internacionais voltam a patamares de 2011

No primeiro trimestre, Banco Central vendeu US$ 22,5 bilhões do estoque de moeda estrangeira, mas não tem conseguido evitar recordes para o dólar que já supera R$ 4,60. Saldo em 22 de abril estava em US$ 340,5 bilhões

Correio Braziliense
postado em 24/04/2020 12:33
No primeiro trimestre, Banco Central vendeu US$ 22,5 bilhões do estoque de moeda estrangeira, mas não tem conseguido evitar recordes para o dólar que já supera R$ 4,60. Saldo em 22 de abril estava em US$ 340,5 bilhõesCom dólar renovando máximas em meio ao aumento das incertezas políticas e econômicas, rompendo a barreira de R$ 5,60, as reservas internacionais do Banco Central estão em queda gradual desde o início do ano. Conforme dados do BC divulgados nesta sexta-feira (24/04), o estoque de reservas internacionais atingiu US$ 343,2 bilhões em 31 de março, uma redução de US$ 19,3 bilhões desde fevereiro. 

Ao longo de abril, esse estoque de moeda estrangeira continua encolhendo apenas para enxugar gelo, pois o dólar continua forte e caminha para R$ 5,70 com a saída do ministro da Justiça, Sergio Moro, em um claro desmantelamento das bases que sustentam o presidente Jair Bolsonaro no poder. No último dia 22, estava em US$ 340,5 bilhões, patamar parecido com o registrado em julho de 2011 e que vem sendo mantido desde o último dia 3 de abril com poucas variações.

De acordo com o relatório do BC, o resultado de março foi decorrente da liquidação de US$ 22,5 bilhões em intervenções no mercado de câmbio, compostas por US$ 10,7 bilhões em vendas à vista, US$ 7,7 bilhões de concessões líquidas em linhas com recompra e US$ 4,2 bilhões em concessões líquidas nas operações compromissadas em moeda estrangeira. Em contrapartida, os ganhos com a valorização da moeda norte-americana frente ao real e a receita com juros ajudaram a elevar o estoque de reservas em US$ 2,7 bilhões e em US$ 568 milhões, respectivamente.

Deficit em transações correntes

As trocas do Brasil com o resto do mundo ficaram negativas no trimestre. O deficit nas transações correntes no primeiro trimestre do ano somou US$ 15,2 bilhões, dado praticamente estável se comparado com o saldo negativo de US$ 15 bilhões computado entre janeiro e março de 2019. No mês passado, o resultado foi positivo em R$ 868 milhões. Foi o primeiro superavit mensal computado pelo BC desde junho de 2017, de US$431 milhões. De acordo com o BC, a mudança no sinal das transações correntes decorreu, principalmente, “do recuo do deficit na renda primária, US$ 2,7 bilhões, e do aumento de US$ 360 milhões no superávit da balança comercial”. 

No acumulado em 12 meses encerrados em março, o saldo negativo de transações correntes somou US$ 49,7 bilhões, o equivalente a 2,80% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse dado foi 6,6% menor do que o deficit de US$ 53,2 bilhões ( 2,96% do PIB), registrado no acumulado até fevereiro de 2020.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags