Correio Braziliense
postado em 28/04/2020 18:08
O mercado continua repercutindo a previsão de continuidade efetiva do ministro da Economia, Paulo Guedes, à frente das decisões sobre os rumos do país, após as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro. Também pesam no suave otimismo dos investidores as expectativas do retorno à normalidade dos Estados Unidos e de alguns países europeus, em meio à pandemia pela Covid-19.
Diante desse quadro, o dólar americano, que vinha batendo sucessivos recordes, desabou 2,59%, cotado a R$ 5,517, menor patamar desde quarta-feira passada (R$ 5,309) após bater a mínima de R$ 5,472 no dia. O Ibovespa, índice que mede o comportamento das principais ações da Bolsa de Valores brasileira (B3), se descolou das bolsas americanas – que abriram e alta e perderam força - e fechou em alta de 3,92%, aos 81.427 pontos.
Para Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Corretora Nova Futura, a possibilidade de controle da pandemia lá fora é um dado positivo, assim como um possível controle da crise política dentro do país “No entanto, os estrangeiros ainda vêem o país com bastante risco. A contaminação da política na economia não está fora do radar deles. O que se percebe é que existe um descolamento entre a percepção de risco dos investidores internacionais e dos nacionais”, afirma Silveira.
Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, a chancela de Guedes no Ministério da Economia deixou o mercado empolgado por saber que os planos do governo, especialmente o ajuste fiscal, continuam prioridade. “E também animou o fato de que o escolhido para o Ministério da Justiça não foi alguém ligado à família Bolsonaro, embora o presidente tenha emplacado um amigo na Policia Federal”. O mercado também gostou da iniciativa do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), de abrir inquérito para apurar as denúncias do ex-ministro Sérgio Moro”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus.
Saiba Mais
Um dado, no entanto, merece atenção daqui para frente, segundo Jefferson Laatus: “as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que está de olho no comportamento da pandemia pelo coronavírus no Brasil e poderá cancelar os voos para toda América Latina. Isso é um alerta e pode ser um motivo de preocupação”, afirma.
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