Economia

Atividade industrial desaba

Pesquisa da CNI, divulgada ontem, mostra que o índice que mede a evolução da produção ficou em 33,3 pontos em março, bem abaixo dos 47,5 pontos de fevereiro. Pandemia foi responsável pelo desempenho cujos impactos %u201Csão intensos e disseminados%u201D por todos os setores

Correio Braziliense
postado em 29/04/2020 04:04
Linha de montagem em passo lento. Segundo a CNI, a desaceleração provocada pelo surto da Covid-19 atingiu todos os setores da produção


A crise causada pela pandemia do novo coronavírus, com a consequente queda de demanda, “forçou” uma redução sem precedentes na atividade industrial, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Pesquisa Sondagem Industrial, divulgada ontem, mostra que o índice que mede a evolução da produção ficou em 33,3 pontos em março, ante os 47,5 pontos registrados em fevereiro, marcando uma forte distância negativa da linha divisória dos 50 pontos.

Pela metodologia do levantamento, valores acima de 50 pontos indicam aumento da produção, e abaixo queda da produção. Para o mês de março, na série histórica iniciada em 2010, é o pior número. “O indicador reflete uma queda em uma intensidade e disseminação nunca registrada na série mensal”, apontou a CNI, acrescentando que “os impactos da crise causada pela pandemia da Covid-19 são intensos e disseminados pela indústria. A queda da demanda forçou uma redução sem precedentes da atividade industrial, que levou a utilização da capacidade instalada ao menor nível já registrado na série mensal”.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também apresentou dados drásticos, com queda de dez pontos percentuais ante fevereiro. A UCI ficou em 58% no mês passado, chegando ao menor nível já registrado na série mensal, segundo a CNI. O índice de UCI efetiva em relação ao usual, que procura medir o quanto a atividade industrial está aquecida, recuou para 31,1 pontos em março.

Segundo a sondagem, o número de empregados também ficou abaixo da linha divisória de 50 pontos, em 44,6 pontos em março. A pesquisa ressalta que, apesar da forte queda na produção, a intensidade da redução no emprego foi inferior à apurada nos meses de março de 2015 e 2016. Para a CNI, tal resultado “se deve, provavelmente, à rapidez e surpresa da queda na produção e uma reação das empresas por meio de ajustes temporários como férias coletivas, banco de horas, redução de jornada de trabalho e/ou suspensão do contrato de trabalho”, explicou a pesquisa.

A situação financeira das empresas industriais também piorou. O Índice de Satisfação com a Situação Financeira recuou 8,6 pontos, para 41,4 pontos no primeiro trimestre de 2020. A queda é a maior registrada entre dois trimestres consecutivos e levou o índice para o menor valor desde o segundo trimestre de 2016, no auge da crise econômica anterior.

*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi


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