Correio Braziliense
postado em 29/04/2020 04:05
Diante da recessão provocada pela pandemia e o aumento da desconfiança dos investidores estrangeiros no Brasil –– devido ao agravamento da crise política e da inevitável piora nas contas públicas, com medidas para o combate ao coronavírus ––, o governo está com dificuldades para aumentar o endividamento. Estimativas do mercado apontam para um salto da dívida pública bruta para mais de 90% do Produto Interno Bruto (PIB), nada animador para quem compra títulos de países emergentes, onde o risco é maior.
Não à toa, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) de títulos soberanos emitidos nos mercados doméstico e externo encolheu 1,55% entre fevereiro e março, passando de R$ 4,281 trilhões para R$ 4,214 trilhões, conforme dados do Tesouro Nacional, divulgados ontem. Queda de R$ 66,2 bilhões, a segunda retração no estoque da DPF no ano, que já havia recuado em janeiro na comparação com dezembro.
Apesar da piora nas previsões para a economia global, que está entrando em uma recessão profunda, o coordenador de operações da Dívida Pública, Luís Felipe Vital, negou qualquer problema do Tesouro na emissão de títulos ou alongamento dos prazos de endividamento do governo federal. “Não há nenhuma dificuldade para a rolagem da dívida. Sobre o colchão de liquidez, ele é suficiente para garantir, pelo menos, seis meses de vencimentos”, afirmou.
Vital ainda descartou qualquer dificuldade para a rolagem dos papeis indexados à inflação, que está em queda, ou à taxa básica de juros (Selic), que encolheram no estoque total. “Não há dificuldade de rolagem em nenhum título”, assegurou. O resgate líquido de títulos públicos foi de R$ 121,9 bilhões no mês passado. Apenas o volume de papéis indexados à taxa básica de juros (Selic) encolheu R$ 93,4 bilhões no mês passado. Os títulos lastreados pela inflação, tiveram redução de R$ 14,3 bilhões. (RH)
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