Correio Braziliense
postado em 29/04/2020 12:31
O Banco Central realizou um teste de estresse especÃfico para avaliar a capacidade dos bancos brasileiros enfrentarem a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavÃrus. De acordo com a instituição, o teste foi um dos "mais severos realizados até hoje" e indicou a necessidade de as instituições financeiras aumentarem de forma expressiva suas provisões.
De acordo com a autarquia, o teste especÃfico "demonstrou uma necessidade adicional de capital de aproximadamente R$ 70 bilhões para as IFs (instituições financeiras) voltarem a se enquadrar nos limites de capital regulatório, montante equivalente a 7,2% do total do PR (patrimônio de referência) do SFN, enquanto o Ãndice de Basileia cairia de 19,5 para 15,3".
"Teste de estresse especÃfico para os efeitos da Covid-19, supondo eventual queda na avaliação da qualidade do risco de crédito ou mesmo default das empresas e dos trabalhadores dos setores econômicos mais afetados, incluindo o contágio provocado no setor real e no setor financeiro, indica necessidade de aumento expressivo de provisões", registrou o BC em seu Relatório de Estabilidade Financeira (REF), publicado nesta quarta-feira.
O documento, divulgado a cada seis meses pelo BC, traz informações referentes ao segundo semestre de 2019. No entanto, em função do acirramento da crise em março de 2020, o BC decidiu fazer um teste especÃfico de estresse vinculado à pandemia. As avaliações constam no REF divulgado nesta quarta. "O atual nÃvel de capital do SFN (Sistema Financeiro Nacional) e o nÃvel de provisões constituÃdas funcionam como importantes amortecedores desses choques", disse o BC, em relação à crise atual.
O BC ponderou ainda que, "se, por um lado, o teste de estresse especÃfico demonstrou que o sistema tem capacidade de recompor os nÃveis mÃnimos de capital, por outro, devido ao volume de provisões que seriam necessárias, a capacidade de o sistema gerar novos créditos e sustentar o crescimento da economia ficaria temporariamente comprometida". Neste contexto, "considerando a rentabilidade em perÃodos de crises anteriores, seriam necessários três anos para o sistema recompor sua atual capacidade", acrescentou o BC.
Apesar das indicações, o próprio BC pontuou que os resultados do teste de estresse deve ser relativizado, "tendo em vista que todos os eventos sensibilizam o resultado contábil das IFs em um único momento e não foi considerada a retenção de lucros futuros ou a reação dos bancos a fim de mitigar as perdas". "A tÃtulo de comparação, o menor resultado contábil obtido pelo sistema, no auge da recessão de 2016-2017, quando o PIB caiu 3,4%, foi um lucro lÃquido equivalente a 10,5% do PR", acrescentou o BC.
A Ãntegra do REF está disponÃvel em file:///C:/Users/fc98408/Downloads/RELESTAB202004-refPub.pdf.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.