Correio Braziliense
postado em 29/04/2020 17:55
O dia foi de altos e baixos no mercado financeiro, com a cotação do dólar e o comportamento das bolsas de valores oscilando ao sabor das notícias. No mercado internacional, pesaram a decisão Federal Reserve (banco central americano), de manter os juros nos Estados Unidos entre 0% e 0,25%, a queda do Produto Interno Bruto americano (-4,8%) e o anúncio da farmacêutica Gilead, de que o medicamento remdesevir pode ter bons efeitos contra o coronavírus.
No cenário doméstico, as observações presidente Jair Bolsonaro sobre as mortes pela pandemia – que receberam muitas críticas - e a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal, dominaram as discussões. O lado positivo, para o mercado, foi a declarada determinação do ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciada uma live pela manhã, de que mantém seu apoio ao chefe do Executivo. Ao final do dia, o dólar encerrou a sessão cotado a R$ 5,354 para compra e a R$ 5,355 para venda, com queda de 2,9%. A bolsa de valores brasileira (B3) subiu 2,46%, chegando aos 83.314 pontos.
André Perfeito, economista-chefe da Corretora Necton, afirma que o mercado continua de olho nas tensões políticas. Sem o desfecho do que poderá acontecer nessa queda de braço entre Executivo, Legislativo e Judiciário, não será possível avaliar com clareza o humor do investidor e as suas decisões de aplicações. “O dólar vai continuar oscilado e a bolsa, andando de lado. Não aconselho qualquer iniciativa precipitada, nesse momento, porque esse crescimento na demanda pelos papéis e consequente alta das ações tendem a não se repetir”, afirmou.
Saiba Mais
Os economistas também são unânimes em dizer que estão no radar os futuros impacto da crise sanitária e o peso que terá sobre a atividade econômica, no emprego e na inflação no curto e no médio prazos. Afinal, lembram, o Brasil bateu, na terça-feira, recorde de mortos pela epidemia do coronavírus em 24 horas, com 474 óbitos. O país agora é o nono com mais mortes pelo Covid-19: são 5.017 óbitos, ante 4.637 da China, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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