Economia

Dinheiro da saúde não vai para empresa

Correio Braziliense
postado em 30/04/2020 04:04
Guedes e Braga Netto quiseram mostrar que são uma dupla afinadaO ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que o governo não vai usar o dinheiro público que falta para a saúde e para a educação para socorrer as grandes empresas brasileiras que foram afetadas pela pandemia. É por isso que a linha de crédito esperada por essas companhias, sobretudo as aéreas e as automotivas, virá, segundo ele, dos bancos privados.

“O governo não pegará o dinheiro público, que falta para a saúde e para a educação, e simplesmente salvará as grandes empresas. Vamos tentar salvar, mas dentro de um mecanismo de mercado”, disse o ministro, em live realizada com empresários do setor varejista, ontem.

Guedes lembrou que, por conta disso, o governo se uniu a um consórcio de bancos (formado por Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e Banco Central) para poder oferecer uma linha de crédito às grandes empresas, com faturamento anual superior a R$ 10 milhões, que tiveram forte perda de receita durante o coronavírus. Esse grupo de instituições deve atender a empresas dos setores aéreo, automotivo, energia, sucroalcooleiro e varejo não alimentício, não farmacêutico e não automotivo.

Apesar de não estar disposto a tirar dinheiro da saúde e da educação para essa linha de crédito, o governo vai oferecer uma garantia de 20% para os bancos que realizarem esses empréstimos. É uma forma, segundo Guedes, de incentivar o sistema financeiro a dar um combustível a essas empresas, que precisam de ajuda agora para se manterem vivas e poderem voltar a operar no pós-coronavírus.

No final da tarde, Guedes e Braga Netto apareceram lado a lado e se esforçaram para negar que haja conflito entre eles. “É o homem que tem que compatibilizar todos os programas setoriais. Independentemente dessa crise, todo ministério tem projeto setorial. Ele (Braga Netto) tem que compatibilizar esses projetos”, afirmou Guedes, reconhecendo que a apresentação do Pró-Brasil, sem a presença de nenhum membro da equipe econômica, “pegou mal” no mercado financeiro.

O ministro reforçou que conhece o “caminho da prosperidade”. “O caminho da retomada é pela simplificação e pela redução de impostos. E não cavando um buraco mais fundo ainda em um governo quebrado”, sentenciou.

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