Economia

12,9 milhões de brasileiros estão desempregados

Desemprego subiu de 11% para 12,2% no primeiro trimestre do ano, segundo o IBGE

Correio Braziliense
postado em 30/04/2020 09:48
Desemprego subiu de 11% para 12,2% no primeiro trimestre do ano, segundo o IBGEO desemprego voltou a subir no Brasil no primeiro trimestre deste ano, quando a pandemia do novo coronavírus ainda estava começando a afetar a economia nacional. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação passou de 11% no fim de 2019 para 12,2% no trimestre encerrado em março de 2020. Isso significa que há 1,2 milhão de pessoas a mais na fila por um emprego.

Com esse aumento, o número de desempregados chegou a 12,9 milhões de pessoas no Brasil. A analista da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, Adriana Beringuy, afirma, porém, que esse crescimento já era esperado, visto que no início do ano as empresas fecham muitas das vagas temporárias abertas nas festas de fim de ano. Ele admitiu, por sua vez, que a alta foi mais forte que o esperado em alguns setores econômicos.

De acordo com o IBGE, houve retração no nível de emprego em quase todas as áreas pesquisadas: indústria (2,6%), construção (6,5%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,5%), alojamento e alimentação (5,4%), outros serviços (4,1%) e serviços domésticos (5,9%). Houve retração até no número de trabalhadores informais, pois o nível de emprego sem carteira assinada do setor privado registrou um baque recorde de 7%, fazendo com que a taxa de informalidade variasse de 41% para 39,9%.

"Foi uma queda disseminada nas diversas formas de inserção do trabalhador, seja na condição de trabalhador formal ou informal. O movimento, contudo, foi mais acentuado entre os trabalhadores informais. Das 2,3 milhões de pessoas que deixaram o contingente de ocupados, 1,9 milhão é de trabalhadores informais”, disse a analista da pesquisa, lembrando, porém, que ainda há 36,8 milhões de trabalhadores na informalidade no Brasil.

Por conta disso, a taxa de ocupação do mercado de trabalho brasileiro apresentou um baque maior que o aumento do desemprego formal. Segundo o IBGE, a queda foi recorde de 2,5% e fez com que o número de pessoas ocupadas caísse para 92,2 milhões - 2,3 milhões a menos que o registrado no fim de 2019.

Saiba Mais

Adriana Beringuy diz, porém, que ainda não é possível creditar esse resultado à crise do novo coronavírus. Afinal, o trimestre encerrado em março considerou apenas o início das medidas de isolamento social que reduziram a atividade de milhares de negócios do país. É possível, então, que o maior impacto da Covid-19 no desemprego venha só nos próximos meses.

"Grande parte do trimestre ainda está fora desse cenário. Não posso ponderar se o impacto da pandemia foi grande ou pequeno, até porque falamos de um trimestre com movimentos sazonais, mas de fato para algumas atividades ele foi mais intenso”, comentou a analista do IBGE.

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