Economia

Governo quer eliminar resistência do Congresso para privatizar Eletrobras

Para vender a estatal de energia, é preciso recolocar a empresa no Programa Nacional de Desestatização e isso depende do Legislativo, mas há objeção no Senado, diz Salim Mattar

Correio Braziliense
postado em 30/04/2020 12:36
Para vender a estatal de energia, é preciso recolocar a empresa no Programa Nacional de Desestatização e isso depende do Legislativo, mas há objeção no Senado, diz Salim MattarPara levar a privatização da Eletrobras adiante, como quer o governo, é preciso eliminar resistência do Congresso em votar projeto de lei que recoloca a estatal no Programa Nacional de Desestatização (PND). “O governo tem feito ações junto ao Congresso, mas estamos tentando a reinclusão da Eletrobras no PND há 16 meses”, disse o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar, nesta quinta-feira (30/4), em videoconferência do Credit Suisse.

“O PL de reinclusão é uma desafio. Estava avançando, com a Câmara concordando. Mas o Senado tem resistência. E este governo não tem a maioria do Congresso”, afirmou. Segundo ele, o PL ia passar na Câmara. “Mais duas semanas e a gente teria conseguido. Mas veio a crise. Talvez lá por junho ou julho, com algum rearranjo, possamos voltar com ele. Eletrobras é uma questão de timing. Não passa agora, mas passa depois”, afirmou.

No cronograma inicial de privatizações, a venda da estatal de energia estava prevista para outubro de 2020. A nova previsão é segundo trimestre de 2021. “A Eletrobras precisa investir R$ 14 bilhões por ano e só tem R$ 3 bilhões. Necessita de R$ 11 bilhões e só o capital privado poderá aportar isso na companhia”, destacou. 

Indagado pelos diretores do Credit Suisse sobre o projeto de fast track (acelerador) que a secretaria queria apresentar ao Congresso a fim de ter mais agilidade para tocar as privatizações, Mattar disse que não há ambiente para isso agora. “Não tem momento para fast track, porque é uma carta em branco e isso não faz o estilo do Congresso. Não está completamente fora do meu radar, mas está afastado porque teria muita dificuldade de passar”, justificou.
 
 

Correios


O secretário disse que é fácil calcular o valor das empresas listadas em Bolsa e também não é difícil determinar quanto valem as participações da União. No entanto, segundo ele, é complicado quantificar alguns ativos. “Correios, por exemplo, quanto vale? Não posso dizer, porque está sendo feita modelagem, se vamos vender tudo ou em pacotes”, ressaltou. 

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Mattar acrescentou que estava empenhado em vender subsidiárias da Caixa Econômica Federal, como a Caixa Seguridade, avaliada em R$ 60 bilhões, e a Caixa Cartões, outro movimento adiado pela crise do novo coronavírus. “Algumas estatais não vamos receber nada, só deixar de gastar”, explicou.

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