Economia

"Guedes está sólido no governo", afirma secretário Salim Mattar

Titular da Secretaria Especial de Desestatização diz que o ministro da Economia não corre risco de deixar a pasta, mesmo sem concordar com o Plano Pró Brasil

Correio Braziliense
postado em 30/04/2020 12:55
Titular da Secretaria Especial de Desestatização diz que o ministro da Economia não corre  risco de deixar a pasta, mesmo sem concordar com o Plano Pró BrasilO ministro Paulo Guedes é pilar do governo Jair Bolsonaro e tem o apoio do presidente, garantiu, nesta quinta-feira (30/4), o secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, Salim Mattar. Em videoconferência do Credit Suisse, ele afirmou que “Guedes está sólido”. “Temos conversado porque precisamos de decisão de governo”, disse. No entanto, Mattar afirmou que nenhum dos dois concorda com Plano Pró Brasil, cuja divulgação foi desastrada e feita à revelia do ministro da Economia.


O Plano Pró-Brasil, apelidado de Plano Marshall, em referência a um programa implementado após a Segunda Guerra Mundial, para estimular a recuperação econômica da Europa, “teve muito ruído”, segundo Mattar. “As pessoas são boas, querem contribuir. A retomada da infraestrutura é importante, mas não com dinheiro público. Nós não temos dinheiro, o setor privado tem. O que precisamos fazer é atrair o capital privado, facilitar a entrada, ser mais ágeis nas licenças, porque o governo é um mau gestor”, afirmou. 

Um dos meios, segundo Mattar, é atrair por meio de segurança jurídica. “Temos que encontrar uma saída para o investidor em relação à variação cambial. Um plano de obras faz sentido, desde que seja privado”, reforçou o secretário.

“Temos que seguir no caminho da prosperidade, de uma economia liberal. Por isso, não defendemos a retomada de obras com recursos públicos e, sim, com dinheiro privado. Os tempos mudaram. Hoje tem dinheiro sobrando no mundo que precisa ser rentabilizado, só um fundo, o BlackRock, tem US$ 3 trilhões”, afirmou. “Não podemos ampliar nossa dívida, temos outras prioridades, como saúde e educação e segurança, que precisam do dinheiro público”, acrescentou.


Plano Pró-Brasil


Saiba Mais

Criado pelos ministros Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, e Braga Netto, da Casa Civil, o Plano Pró-Brasil previa a realização de investimentos de R$ 33 bilhões com recursos extraorçamentários, a serem viabilizados com a flexibilização do teto de gastos, só neste ano, e incluía mais R$ 184,4 bilhões até 2024 em recursos do orçamento. O dinheiro seria aplicado em obras inacabadas e novos projetos para impulsionar a economia e a geração de empregos, passada a crise do novo coronavírus. O projeto foi considerado uma “bomba fiscal” para as combalidas finanças públicas.

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