Economia

Dívida pública bruta sobe para 78,4% do PIB em março

Conforme dados do Banco Central, endividamento público do governo geral aumentou R$ 147 bilhões em relação a fevereiro, somando R$ 5,758 trilhões

Correio Braziliense
postado em 30/04/2020 15:05
Conforme dados do Banco Central, endividamento público do governo geral aumentou R$ 147 bilhões em relação a fevereiro, somando R$ 5,758 trilhõesA dívida pública bruta do governo geral voltou a subir em março e totalizou 78,4% do Produto Interno Bruto (PIB), totalizando R$ 5,758 trilhões, conforme dados do Banco Central divulgados nesta quinta-feira (30/04). Esse dado representa um aumento de R$ 147 bilhões em relação a fevereiro, quando a dívida bruta estava em 76,7% do PIB. 

Estimativas do mercado estão convergindo para uma disparada na dívida pública do governo neste ano em função do aumento dos gastos do governo com medidas emergenciais para o combate à Covid-19, pandemia provocada pelo novo coronavírus. É crescente o número de previsões esperando que a dívida ultrapasse o patamar de 90% do PIB, quase o dobro da média dos países emergentes. Ontem, a consultoria britânica Capital Economics, demonstrou preocupação com o aumento do endividado do Brasil e comparou o país com a Itália, que tem o maior número de vítimas fatais na Europa e que tem endividamento elevado. Membros da equipe econômica já consideram que a dívida bruta poderá ficar entre 85% e 90% do PIB.

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, está revisando as estimativas para a economia brasileira. Ele prevê que a nova previsão de queda do PIB passará de 2,75% para 5% “ou mais”, mas não arrisca ainda uma nova estimativa para a dívida bruta. “A dívida bruta vai depender da projeção do PIB, que é uma parte relevante do fiscal, porque inclui a estimativa de arrecadação, que está diretamente associada ao PIB”, explicou. Contudo, ele considerou que a dívida bruta acima de 90% "pode ser uma possibilidade".

Saiba Mais

O deficit primário das contas do setor público consolidado aumentou 13,4% entre fevereiro e março, passando de R$ 21,4 bilhões para R$ 23,7 bilhões. Esse resultado foi decorrente dos deficits de R$ 21,4 bilhões, do governo central, e de R$ 2,7 bilhões, dos governos regionais. As estatais tiveram superavit de R$ 405 milhões. No acumulado do trimestre, o resultado primário acumulado ainda foi positivo em R$ 11,7 bilhões, dado 12% inferior ao saldo positivo de R$13,3 bilhões no mesmo período do ano anterior. Contudo, pelas projeções do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, o rombo do setor público deve chegar a R$ 600 bilhões, o equivalente a 8% do PIB.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$79,7 bilhões em março. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou R$ 457,9 bilhões (6,24% do PIB), elevando-se 0,22 p.p. do PIB em relação ao déficit acumulado até fevereiro.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags