Economia

Conta de juros dá salto de 96,5% e soma R$ 56 bilhões em março

Dados do Banco Central mostram que o setor público voltou a pagar mais juros no mês passado devido a perdas bilionárias do BC com contratos de swap cambial

Correio Braziliense
postado em 30/04/2020 15:25
Dados do Banco Central mostram que o setor público voltou a pagar mais juros no mês passado devido a perdas bilionárias do BC com contratos de swap cambialA desvalorização cambial está fazendo o governo queimar reservas e perder feio nas operações de swap cambial e, com isso, aumentar as despesas com juros devido a um prejuízo superior a R$ 31 bilhões em março.  

Conforme dados do Banco Central divulgados nesta quinta-feira (30/04), a conta de juros deu um salto de 96,5% entre fevereiro e março, passando de R$ 28,5 bilhões para R$ 56 bilhões, ou seja, aumento de R$ 30,5 bilhões. Na comparação com março de 2019, esse indicador teve elevação de 28,8%. 

De acordo com o relatório do BC, o aumento nessa conta no mês passado “foi resultado das perdas de R$ 31,3 bilhões nas operações de swap cambial”, que foram “parcialmente compensadas” pela redução da taxa básica de juros (Selic) e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

No acumulado em 12 meses até março, a conta de juros nominais cresceu 2,9% em comparação ao registrado no mesmo período de 2019, somando R$ 394,5 bilhões, o equivalente a 5,37% do Produto Interno Bruto (PIB).


Piora no resultado 


O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados e indica a necessidade de financiamento do governo, foi deficitário em R$ 79,7 bilhões em março. O resultado primário negativo passou de R$ 21,4 bilhões, em fevereiro, para R$ 23,7 bilhões, em março. A expectativa do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida,  é que rombo do setor público consolidado chegará a R$ 600 bilhões no fim do ano.

Saiba Mais

No acumulado em 12 meses, o deficit nominal alcançou R$ 457,9 bilhões, o equivalente a 6,24% do Produto Interno Bruto (PIB), registrando aumento de 0,22 ponto percentual do PIB em relação ao saldo negativo acumulado até fevereiro. A dívida pública bruta do governo geral voltou a subir em março e totalizou 78,4% do PIB. Pelas estimativas do FMI, o deficit nominal do país deverá ficar perto de 10% do PIB.

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