Economia

Mais de 1,6 bilhão sem emprego

Correio Braziliense
postado em 02/05/2020 04:13
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo menos 1,6 bilhão de pessoas podem perder o emprego, devido ao confinamento e à subsequente recessão histórica provocados pela pandemia do coronavírus. Este ano, o Dia Internacional do Trabalho, feriado em muitos países (com exceção de Estados Unidos, Canadá e Austrália), transcorreu sem concentrações, pela primeira vez na história dos sindicatos, que pediram outras formas de mobilização — nas sacadas, janelas, ou nas redes sociais. A principal reivindicação é de que os salários sejam garantidos porque, como acontece no restante do mundo, a pandemia obrigou inúmeras empresas a reduzirem, ou suspenderem suas atividades.

A pandemia de coronavírus já matou 235.000 pessoas e afeta profundamente a economia mundial. Os Estados Unidos, país que conta 63.000 mortes, registraram mais de 30 milhões de pedidos de seguro-desemprego desde meados de março, um recorde. Atingida pela cessação das viagens internacionais, a Boeing anunciou o lançamento de uma oferta de títulos de US$ 25 bilhões. Na Europa, a gigante de voos de baixo custo Ryanair anunciou o corte de três mil vagas de trabalho.

A Espanha, um dos países mais atingidos pela pandemia na Europa, anunciou uma queda de 9,2% de seu PIB este ano. A atividade caiu 3,8% na zona do euro no primeiro trimestre, e 4,8%, nos Estados Unidos. E o segundo trimestre se anuncia ainda pior.

O confinamento não afeta igualmente ricos e pobres: entre 18 de março e 10 de abril, a fortuna dos bilionários americanos aumentou cerca de 10%, ou seja, US$ 282 bilhões, principalmente devido aos ganhos no mercado de ações de empresas de tecnologia, de acordo com um estudo americano.

Na Europa, continente que paga o preço humano mais alto, com mais de 140 mil mortes, o Banco Central Europeu (BCE) afirma estar “pronto” para fortalecer seu arsenal de apoio à economia. No Reino Unido, o pico da pandemia foi atingido, de acordo com o primeiro-ministro Boris Johnson, que prometeu anunciar um plano de desconfinamento na próxima semana.

Na Alemanha, o governo convocou um grande número de homens de segurança — foram 5 mil apenas em Berlim — para vigiar manifestações anticonfinamento da esquerda radical, da extrema direita e dos seguidores das teorias da conspiração. O governo também adotou novas medidas para o desconfinamento, com a reabertura de locais de culto, museus e zoológicos. Já cafés e restaurantes permanecerão fechados até, pelo menos, 6 de maio. A chanceler Angela Merkel descartou a possibilidade de reabrir as fronteiras, por causa do risco de uma segunda onda pandêmica.



Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags