O mutirão de atendimento anunciado pela Caixa Econômica Federal para pagamento do auxílio emergencial, com a abertura de mais de 900 agências pelo país ontem, foi insuficiente para evitar aglomerações e grandes filas nas agências do banco. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou nova abertura de agências no próximo sábado. Ontem, quando foi iniciado o pagamento da primeira parcela do auxílio aos nascidos em setembro e outubro, foram abertas 902 agências no país. A intenção, segundo ele, é aumentar para entre 1,2 mil e 1,4 mil agências. A partir de segunda-feira, todas as agências da Caixa Econômica Federal terão o expediente ampliado. Elas abrirão duas horas mais cedo, com horário de atendimento das 8h às 14h para atender a beneficiários do auxílio emergencial.
Pedro Guimarães esteve em três agências em Goiás (Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia) e observou grandes filas no início da manhã. “Pessoal tendo chegado 5, 6 horas da manhã. Normalmente chegam mais cedo. Mas às 10 horas, já não havia mais fila fora da agência. Em meia hora, houve (apenas) um pagamento, às 14 horas. Mas pela manhã, estava dando volta no quarteirão”, disse, referindo-se a uma agência de Goiânia visitada por ele.
De acordo com Guimarães, “houve uma melhora sensível” na agilidade do pagamento em comparação com o restante da semana passada. “Quando elas (as filas) existiram, de manhã, foram (acabando) rapidamente ou ao longo do dia, mas com tranquilidade. Você tem fila, mas ela flui. As pessoas ficam tranquilas, porque elas percebem que vai existir o pagamento. Tem estresse quando a fila não anda”, disse.
O Correio foi a uma agência da Caixa em Samambaia Sul, no DF. Houve filas grandes por toda a manhã, até por volta das 13 horas. No local, foram atendidas cerca de 1,2 mil pessoas para saque do auxílio. A reportagem apurou que a maioria das pessoas foi ao local já instruídas, sem grandes dúvidas. Muitos, entretanto, se esqueceram de levar um documento pessoal, necessário para retirar o dinheiro.
Em Taguatinga, pessoas formaram fila em frente a uma agência, na região central, que não abriu. Só por volta das 8 horas, horário previsto para o início do atendimento, elas foram informadas por funcionários da Caixa que o local não funcionaria. Muitas se deslocaram para a unidade do Samambaia ou Ceilândia, onde duas agências estavam abertas.
O autônomo Lindenildo Pereira Souza, de 45 anos, contou que um homem, muito nervoso, chegou a quebrar um vidro de um balcão dentro da agência de Taguatinga. Ele relata que a esposa está recebendo R$ 600, mas ele não conseguiu o benefício. Se antes a família tinha uma renda de R$ 1,5 mil, hoje conta somente com o auxílio. Lindenildo chegou a ficar 15 dias sem trabalhar no início das medidas de isolamento social. Quando a comida começou a faltar em casa, voltou às ruas. Antes vendedor de acessórios para celular, ele sobrevive hoje com a venda de máscaras de pano customizadas.
O presidente da CEF admitiu que houve falha na divulgação da agências que atenderiam ontem. Disse esperar que na próxima quarta-feira já tenha os nomes das unidades que irão abrir no sábado.
Auxílio para erar código
A Caixa Econômica Federal (CEF) tem atendido pessoalmente as pessoas que já tiveram o benefício liberado, mas não conseguem gerar o código no aplicativo Caixa Tem, para conseguir retirar o dinheiro. O problema pode acontecer em razão de dificuldades do beneficiado ou por falhas no aplicativo. Assim, funcionários têm ajudado a população a gerar o código na própria agência e retirar o benefício.
Com essa medida, segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, foi possível pagar ontem, seis vezes mais o número de pessoas do que na terça-feira da semana passada. O feirante Enes José de Sousa, de 63 anos, foi buscar o dinheiro em uma agência de Samambaia (DF). Ele conta ter tentado pelo aplicativo diversas vezes, sem sucesso. “Vim aqui e em 15 minutos consegui receber a primeira parcela”, disse. O homem chegou próximo às 14h, quando a agência já estava vazia. Mais cedo, havia fila.
Guimarães reiterou, ontem, que muitas pessoas não conseguem gerar o código, e que para deixar todos mais tranquilos, os funcionários estão fazendo este serviço nas agência. “Não precisa se preocupar. Não conseguiu gerar (o código), vai a uma agência. Nós resolvemos”, disse, lembrando que é preciso levar documento pessoal, checar se, de fato, foi autorizado o auxílio e se o mês de nascimento bate com o calendário de pagamento.
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