Economia

Aéreas lideram perdas no 1º pregão de maio

Correio Braziliense
postado em 05/05/2020 04:04
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) encerrou o primeiro pregão de maio no vermelho e voltou a ficar abaixo dos 80 mil pontos. O aumento das incertezas nos mercados interno e externo fez o Índice Bovespa recuar mais de 3% ao longo do dia, mas o principal indicador da B3 fechou com queda de 2,02%, ontem, a 78.876 pontos. As ações das empresas do setor aéreo lideraram as perdas: papéis de Embraer, Gol e Azul registram queda de 12,87%, 10,75% e 10,08%, respectivamente. Enquanto isso, o dólar teve alta de 1,52, e encerrou o dia cotado a R$ 5,521 para a venda.

O Índice Dow Jones ficou praticamente estável em Nova York, com alta de 0,11%, mas as bolsas europeias também encerraram no vermelho devido à volta dos atritos entre China e Estados Unidos. Isso aumentou as tensões sobre uma retomada do comércio global, com as novas acusações do governo Trump de que os chineses teriam desenvolvido a Covid-19 em um laboratório em Wuhan.

Na avaliação de analistas, a retomada dessa guerra comercial não era esperada e isso mexeu com os mercados. Mas as manifestações antidemocráticas de domingo e a radicalização do discurso do presidente Jair Bolsonaro contra o Legislativo e o Judiciário, deixaram operadores bastante preocupados com o cenário de retração da economia global. Assim, apostam no câmbio daqui para frente. “O fim de semana foi cheio de turbulências entre Estados Unidos e China, e aqui está cada vez mais clara uma crise institucional e política que tem piorado as expectativas de recuperação do mercado doméstico”, explicou a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour.

“Grande parte desse movimento de queda foi resultado da precificação de sexta-feira, quando os ADRs (American Depositary Receipts) brasileiros recuaram mais de 4% e, por conta disso, o Ibovespa acabou caindo também hoje”, afirmou Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

No acumulado do ano, as perdas na B3 somaram 31,78%, anulando os ganhos de 31,6% registrados em 2019. As perdas das ações listadas na bolsa somam R$ 1,29 trilhão desde janeiro.

A falta de confiança na recuperação da economia brasileira tem feito os investidores estrangeiros debandar do mercado. Conforme dados da B3, até o último dia 29, a saída dos aplicadores não residentes somou R$ 68,7 bilhões, quase o dobro dos R$ 44,6 bilhões retirados da Bolsa brasileira no ano passado.

De acordo com o economista Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora de Câmbio, nesta semana há “inúmeros vetores de forte influência sobre a formação do preço da moeda americana no nosso mercado de câmbio” e, portanto, não faltarão motivos para que o dólar possa atingir novos recordes.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags