Deputados debatem o texto na tarde desta terça-feira (5/5), e a expectativa é que encerrem a votação ainda hoje, para que vá à sanção do presidente da República na quarta (6). Maia também lembrou dos embates que teve com Paulo Guedes e a equipe econômica, que insuflou os dados da Câmara para afirmar que se tratava de uma “pauta-bomba”. O governo e a equipe econômica trabalharam para minar a iniciativa do presidente da Câmara, que, afirmavam, provocaria um rombo de R$ 100 bilhões aos cofres da União, mas aceitaram um que custará R$ 130 bi.
O parlamentar afirmou que a substituição do Plano Mansueto impulsionou o PL da Câmara e agregou votos no plenário, mas foi mal visto por Guedes e subordinados. “Depois vimos a forma como o ministro da Economia tratou a Câmara e a minha pessoa, achando que ataques iriam reduzir a nossa certeza, que fica cada vez mais clara, quando analiso a melhor forma de atender estados e municípios, mas achava que aquela agressão ia nos colocar em posição de submissão, a Câmara nunca vai ser submissa a nenhum governo. Vai ser sempre respeitosa. E sempre vai trabalhar de forma independente”, afirmou.
“Nas semanas seguintes, acompanhando o debate no Senado, vimos que nossa tese prevaleceu. Nossa tese do valor a ser transferido, prevaleceu. Nossa divergência com o Senado foi na forma de distribuição de recursos. Isso gera alguns conflitos, principalmente com estados do sul e cidades acima de 200 mil habitantes, que concentram o maior volume de UTIs, mas não é porque existem conflitos, divergências e oposições, que vamos mudar nosso princípio que é atender estados e municípios. Não estamos aqui para discutir o que é ideal, mas para construir no mento parlamento um texto que vá a sansão e, sancionado, os recursos podem chegar a estados e municípios”, disse.
Maia destacou que Câmara e Senado sempre tiveram a mesma intenção. “Nenhum de nós está preocupado em qual é o texto aprovado, nenhuma queda de braço. Que tem que ser um ou outro. Sabemos que se ficarmos nesse pingue-pongue, o prejudicado serão os brasileiros que precisam de atendimento não apenas na saúde, mas em todas as outras áreas, serviços prestados por estados e municípios, e não pela União. A União é o único ente que pode emitir dívida, moeda, e garantir recursos para que municípios e estados continuem funcionando”, destacou.
O melhor para o Brasil é que a Câmara vote o texto encaminhado pelo senado com as emendas propostas do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ). O deputado José Guimarães (PT-CE) entra em um debate que é situações excepcionais, nenhum aumento (de salário de servidores). Acho que divergir faz parte do processo. Temos milhões de brasileiros na fila da Caixa para receber auxílio de R$ 600. As consultorias econômicas mostram que teremos um desemprego grande, saindo de 11%, os mais pessimistas chegando a 20%. Estamos olhando a redução do salário para o setor formal. A informalidade vai pegar mais de 50% do mercado de trabalho. O lucro das empresas via diminuir. É um pequeno gesto. A renda do estado e as receitas vão cair, e o lucro das empresas vai cair. Não tem milagre a ser feito. Um gesto, apenas do congelamento, com algumas exceções, por 18 meses, não é nenhum problema”, argumentou.