Bolsa abre segundo dia de Copom com instabilidade e dólar em alta

Índice Bovespa iniciou pregão instável, com leve alta no início do pregão, mas voltando a cair quase 1% em segundo dia de reunião do Copom. Dólar avança mais de 1% é cotado a R$ 5,65

Correio Braziliense

postado em 06/05/2020 11:05

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) abriu o pregão desta quarta-feira (06/05) com leve alta de 0,3% em dia da segunda reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), mas não conseguiu sustentação e voltou a registrar queda. Os dados ruins da atividade industrial e o novo rebaixamento da perspectiva da nota de risco dos títulos soberanos feito pela Fitch Ratings aumentam a expectativa de novo corte na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 3,75%.

O Índice Bovespa, principal indicador da B3 registra queda de quase 1% em menos de uma hora de pregão, mantendo-se abaixo dos 80 mil pontos. Nos Estados Unidos, o fundo EWZ, que representa a bolsa brasileira ,registrava queda de 1,1%. 

O dólar continua valorizado frente ao real e demais moedas emergentes, registrando alta de 1,16% na abertura, cotado a R$ 5,657.

Ásia e Europa

O comportamento das bolsas internacionais nesta quarta-feira foi dissonante na Ásia e na Europa. No Japão, o Índice Nikkei registrou queda de 2,84%. Enquanto isso, a bolsa chinesa de Xangai subiu 0,63% e Seul avançou 1,76%. Na Europa, os principais índices estavam no vermelho, como o Dax, da bolsa alemã em Frankfurt, que recuava 0,18% por volta das 10h15, horário de Brasília. Na contramão, Londres subia 0,57% enquanto o Reino Unido, que deixou a União Europeia mas passou a liderar o número de mortes no Velho Continente.

A queda generalizada na Europa foi puxada pelas previsões pessimistas da Comissão Europeia que anunciou que a economia da Zona do Euro deverá registrar uma “recessão de proporções históricas” ao anunciar hoje uma previsão de contração do Produto Interno Bruto (PIB) na região de 7,7% devido à pandemia da Covid-19. A instituição prevê uma queda dois décimos maior do que a projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na região. Em 2019, o PIB da eurozona cresceu 1,2% e a expectativa da Comissão é que, em 2021, a economia dos 19 países que compartilham a moeda europeia registre uma recuperação de 6,3%.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York subiam apesar de as notícias sobre balanços de empresas e mercado de trabalho não serem nada animadoras, em uma tentativa de reverter as perdas da véspera. 

A montadora General Motors informou queda de 86% no lucro líquido do primeiro trimestre devido ao coronavírus. A companhia pretende reabrir a maioria das fábricas nos EUA e no Canadá a partir de 18 de maio. Segundo pesquisa mensal da empresa de serviços empresariais ADP, o setor privado norte-americano perdeu 20,2 milhões de vagas nas duas primeiras semanas de abril, informou a agência AFP.

A pesquisa mostra que foram eliminados mais de 16 milhões de empregos no setor de serviços, metade deles nas áreas de entretenimento e hotelaria. Os dados refletem apenas os resultados até 12 de abril, o que significa que o relatório “não reflete o impacto total da COVID-19 na situação geral do emprego”, afirma a ADP. Analistas esperavam a perda de 21,5 milhões de empregos em abril.

Petróleo

O petróleo voltou a cair nos mercados internacionais no pregão de hoje. Os contratos para junho do barril do West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos, recuavam 4,60%, cotados a US$ 23,40. O barril do Brent, referência no mercado internacional, era negociado abaixo de US$ 30 com queda de 3%.