Economia

Dolar sobe 2,44% e fecha com novo recorde, cotado a R$ 5,843

IBovespa recua 1,20%, para 78.118 pontos em meio ao aumento das incertezas sobre a recuperação da economia

Correio Braziliense
postado em 07/05/2020 18:03
IBovespa recua 1,20%, para 78.118 pontos em meio ao aumento das incertezas sobre a recuperação da economiaA Bolsa de Valores de São Paulo (B3) encerrou o dia com nova queda em meio ao aumento dos impactos da crise política e da saúde no mercado financeiro e com o dólar batendo novo recorde, de R$ 5,843, registrando alta de 2,44% sobre a véspera. 

Após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 3,75% para 3% ao ano, ontem, o mercado resolveu apostar em nova alta do dólar e a moeda norte-americana sinaliza que poderia chegar a R$ 6 nos próximos dias, em mais um teste para ver se o BC voltaria ou não a vender reservas internacionais.

Enquanto isso, a B3 voltou a cair, puxada pela queda nas ações de bancos, e encerrou o pregão desta quinta-feira (07/05), com recuo de 1,20%, a 78.118 pontos. O Banco do Brasil informou queda de 20% no lucro do primeiro trimestre do ano, depois de Bradesco e Itaú Unibanco reportarem queda de mais de 40% na rentabilidade e aumento nas provisões para inadimplência. Os papéis das três instituições fecharam no vermelho hoje.

“Uma certeza é que, com a taxa de juros básica cada vez menor, pois o BC sinalizou que fará novo corte, a margem dos bancos deverá cair e o mercado está precificando", avaliou Rebeca Nevares, sócia fundadora da Ellas’s Investimentos, assessoria financeira credenciada à XP Investimentos. Em relação ao câmbio, ela lembrou que o dólar turismo já estava sendo cotado perto de R$ 7, mostrando que investidores estão cada vez mais desconfiados com a recuperação da economia após a recessão que está se formando com a pandemia da Covid-19.   
“A barreira dos R$ 6,00 só não foi testada hoje porque o presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai acatar a determinação de Paulo Guedes sobre veto ao reajuste dos servidores públicos, demonstrando que o ministro ainda tem voz ativa no governo”, lembrou o economista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora. “A briga política entre os Três Poderes só atrapalha a economia e o mercado financeiro, mas ainda não dá para saber onde o dólar vai parar. Só sei que a tendência é de alta”, afirmou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Saiba Mais

Alexandre Espírito Santo, economista da Órama, reforçou que a tendência da Bolsa é continuar nesse sobe e desce devido à piora no cenário econômico diante do agravamento da pandemia de Covid-19 no país e também ao aumento das tensões políticas. “O Banco Central foi bem claro ao considerar o cenário de riscos maiores ao fazer um corte maior do que o mercado esperava”, disse. “Com a queda na Selic, a reação do câmbio é natural, porque o investidor estrangeiro vai continuar saindo do país. Não vai adiantar o BC vender swap cambial ou reservas, porque o país não está mais atrativo para esses investidores”, destacou.

Para Santo, devido ao dólar cada vez mais alto, as ações de empresas exportadoras devem ficar mais atraentes, e, por conta disso, Marfrig, Klabin e Suzano acabaram liderando as altas no dia, chegando a subir dois dígitos.  “Essas empresas devem sair mais favorecidas com o câmbio mais valorizado”, destacou. No fim do pregão, as ações da Klabin tiveram alta de 10,9% e as da Suzano, subiram 7,5%. 

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