Economia

Avianca entra com pedido de recuperação judicial por perda durante pandemia

Sem condições de pagar dívidas, a Avianca pode ser a primeira grande companhia aérea do mundo a afundar em razão da pandemia, caso não consiga sair da recuperação judicial

Correio Braziliense
postado em 10/05/2020 23:36
Sem condições de pagar dívidas, a Avianca pode ser a primeira grande companhia aérea do mundo a afundar em razão da pandemia, caso não consiga sair da recuperação judicialA Avianca Holdings, segunda maior companhia aérea da América Latina, enfrenta graves problemas de caixa por causa da pandemia do novo coronavírus, que resultou na queda de 90% do tráfego aéreo. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial neste domingo (10/5), depois de ter ajuda financeira negada pelo governo colombiano, em tentativas de sobreviver à crise.

Sem condições de pagar dívidas, a Avianca pode ser a primeira grande companhia aérea do mundo a afundar em razão da pandemia, caso não consiga sair da recuperação judicial. O objetivo do pedido é manter as operações e os empregos, enquanto não consegue operar voos, explica a empresa, em nota, na qual afirma que continua tentando negociar ajuda financeira com governos.

A suspensão de voos regulares de passageiros na segunda quinzena de março, devido ao avanço do vírus, pressionou “significativamente” o caixa da companhia, diz o comunicado. “Esse processo é um passo necessário para resolver nossos desafios financeiros”, alega o presidente-executivo da Avianca, Anko van der Werff, que definiu a crise como a “mais desafiadora em seus 100 anos de história”.

Van der Werff explicou que, diante do “imprevisível impacto da pandemia”, o pedido de recuperação judicial é imprescindível para preservar empregos na Colômbia e em outros mercados onde atua. A Avianca é diretamente responsável por mais de 21 mil empregos na América Latina, mais de 14 mil deles na Colômbia.

Desde março, a companhia relata dificuldade para pagar os salários dos empregados, resultado da queda de 80% nas receitas. A redução do tráfego aéreo em 90% no período deve impactar as receitas do setor, no mundo todo, em US$ 314 bilhões, de acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (International Air Transport Association).

Empresas pedem recuperação judicial para evitar falir, quando constatam que não têm mais condições de quitar as dívidas. A justificativa foi apresentada pela Avianca à Corte de Recuperação Judicial dos Estados Unidos no distrito sul de Nova York. No documento, a companhia estima passivos entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões. O juiz pode não aprovar o pedido e decretar a falência da empresa.

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