Correio Braziliense
postado em 15/05/2020 08:52
O presidente Jair Bolsonaro sancionou, com alguns vetos, o projeto de lei (PL) que permite a ampliação do grupo de pessoas beneficiárias do auxÃlio emergencial de R$ 600. A sanção foi publicada na madrugada desta sexta-feira (15) no Diário Oficial da União (DOU) e assinada pelo presidente e os ministros da Economia, Paulo Guedes, da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e da Mulher, Damares Alves. A proposta havia sido aprovada pelo Senado Federal no dia 22 de abril e aguardava a sanção presidencial.
A lei entrará em vigor com os vetos, que deverão ser analisados posteriormente pelo Congresso Nacional. Deputados e senadores poderão manter ou derrubar a decisão do Executivo. De acordo com o presidente, os trechos foram vetados "por contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade", uma vez que ferem o princÃpio da isonomia por privilegiar certas profissões em detrimento de outras. O governo justificou, ainda, que o Congresso não indicou a origem do recurso que seria utilizado nem o impacto das despesas no Orçamento Federal.
Vetos
No projeto aprovado pelo Congresso Nacional, havia uma lista com exemplos de profissionais beneficiados, já que na lei atual não há menção de profissões ou atividades especÃficas. Desde que fossem respeitadas as exigências, estavam no projeto, entre outros, pescadores profissionais e artesanais, agricultores, taxistas, motoristas de aplicativo e pipoqueiros ambulantes que vendem alimentos. No entanto, o presidente vetou o benefÃcio para profissionais informais que não estão inscritos no Cadastro Único.
O governo também barrou a possibilidade de pais "solo", chefes de famÃlia, receberem o benefÃcio em dobro (R$ 1,2 mil). De acordo com o texto vigente, apenas as mães solteiras, maiores de 18 anos, têm direito à s duas cotas. A ministra Damares Alves justificou o veto ao dizer que a proposta de ampliação não previa mecanismos de proteção à s mães solteiras. Segundo o argumento, pais ausentes poderiam requerer o benefÃcio, se colocando como chefes de famÃlia "de forma fraudulenta", e impedir as mulheres - que realmente cuidam dos filhos - de receberem o auxÃlio. O presidente sancionou, no entanto, a ampliação do benefÃcio para mães adolescentes, menores de 18 anos, que passarão a receber as duas cotas do benefÃcio, assim como as chefes de famÃlia já amparadas pelo texto original.
O projeto do Congresso também permitia a cumulatividade do auxÃlio emergencial com o Programa Bolsa FamÃlia. Segundo a proposta, ficaria limitado a cada grupo familiar o recebimento de até duas cotas de auxÃlio emergencial ou de uma cota de auxÃlio emergencial e um benefÃcio do Bolsa FamÃlia. Mas o Executivo também vetou.
Outro tópico que aguardava sanção presidencial era o de que aposentadorias, pensões e benefÃcios de prestação continuada de beneficiários idosos, pessoas com deficiência ou com enfermidade grave não poderiam ser cancelados durante o perÃodo de enfrentamento da covid-19. Entretanto, o governo argumentou que essa determinação poderia impedir que benefÃcios concedidos irregularmente pudessem ser revisados, e possivelmente interrompidos, pelo Estado.
O presidente vetou ainda que fintechs pudessem operacionalizar o pagamento e funcionassem como canal de repasse do auxÃlio emergencial.
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