Correio Braziliense
postado em 15/05/2020 16:07
A Petrobras não conta com uma forte recuperação do setor no curto prazo. O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, elencou vários motivos para essa projeção, mas garantiu que a companhia está se preparando para operar e gerar valor neste cenário. “A recuperação será lenta pelo desemprego em massa no mundo, aumento rápido da alavancagem financeira (endividamento) de famílias, empresas e governo e a incerteza sobre o novo coronavírus, que só desaparecerá com uma vacina”, enumerou.
O presidente da estatal ressaltou que não se pode descartar a probabilidade de uma segunda onda de contaminação da covid-19, a exemplo do que ocorreu durante o surto de gripe espanhola, no início do século passado. “Isso limita a atividade econômica. Ainda temos que considerar que a quarentena está provocando uma mudança de hábitos, com utilização mais intensiva da digitalização em detrimento da mobilidade, menos viagens, menos áreas de escritórios”, complementou.
O novo quadro, aliado à tendência de estímulos às inovações para substituição de combustíveis fósseis, fez a empresa rever sua posição anterior e prever preços mais baixos. “Queremos gerar mais valor, acreditamos nos ativos de classe mundial e seremos capazes de gerar. A Petrobras está preparada para operar com barril de petróleo a US$ 15”, disse o presidente, reforçando o que a diretora financeira, Andrea Marques de Almeida, havia dito pela manhã a investidores.
A preparação da companhia passa pelas medidas adotadas na área financeira. “Nosso foco é cuidar da saúde dos nossos colaboradores e da liquidez da empresa. Temos US$ 15,7 bilhões em caixa, reduzimos investimentos em US$ 3,5 bilhões e cortamos custos em US$ 2 bilhões”, explicou. “Nenhum plano estratégico mudou”, reiterou Castello Branco.
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Castello Branco finalizou a entrevista reafirmando que não houve nem haverá demissões em massa na estatal. “E continuamos com a paridade de preços internacional nos combustíveis. Estamos de pé. Trabalhando ativamente para resiliência da Petrobras e uma recuperação saudável”, concluiu.
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