Economia

"Vão subir em cadáveres para arrancar recursos?", diz Guedes sobre reajuste

Ministro da Economia espera que servidores públicos entendam os motivos de o governo querer congelar salários até o fim de 2021

Correio Braziliense
postado em 15/05/2020 18:32
Ministro da Economia espera que servidores públicos entendam os motivos de o governo querer congelar salários até o fim de 2021O ministro da Economia, Paulo Guedes, enfatizou a importância de o presidente Jair Bolsonaro vetar o trecho do projeto de socorro a estados e municípios que permite reajuste salarial a algumas categorias do funcionalismo público, a despeito da pandemia do novo coronavírus. Ele pediu a contribuição da categoria e disse que “é inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão” e pontuou que “nós queremos saber o que podemos fazer de sacrifício pelo Brasil nessa hora, e não o que o Brasil pode fazer por nós”.

“Vamos nos aproveitar de um momento desse de maior gravidade de uma crise de saúde e vamos subir em cadáveres para fazer palanque? Para arrancar recursos do governo? Isso é inaceitável. A população não vai aceitar. Vai punir quem usar cadáveres como palanque”, frisou Guedes nesta sexta-feira (15/5), durante cerimônia no Palácio do Planalto em alusão aos 500 dias do governo do presidente Jair Bolsonaro.

O ministro ainda enfatizou que “as medalhas são dadas depois da guerra, não antes da guerra” e destacou que “nosso heróis não são mercenários”. Também falou que “é inaceitável que usem a desculpa da crise da saúde para saquear o Brasil na hora que ele cai”. “Que história é essa de pedir aumento de salário porque o policial vai à rua exercer a sua função, ou porque um médico vai à rua exercer a sua função? Se ele trabalhar mais por causa do coronavírus, ótimo. Ele recebe hora extra. Mas dar medalhas antes da batalha? As medalhas vêm depois da guerra, depois da luta”, ponderou Guedes.

Assim que o país vencer a pandemia e se mostrar “um Brasil forte, erguido”, Guedes disse que será o momento de se discutir o reajuste para servidores públicos. “Nós vamos lembrar disso. Vamos botar o quinquênio, o anuênio, o milênio, o Eugênio, tudo o que for preciso. Mas não antes da batalha. Não podemos aproveitar um momento de fragilidade que o brasil cai numa crise, financeiramente”, analisou.

“Acho que nós, como brasileiros, temos que estar juntos. Temos que atravessar essa primeira onda de saúde juntos. Temos que estar juntos no esforço para impedir que o brasil colapse, também financeiramente, essa segunda onda que o presidente Bolsonaro tem alertado, que pode nos remeter a um país onde prateleiras estão vazias”, acrescentou o ministro.

A proposta de socorro a estados e municípios aprovada no Congresso Nacional reduziu de R$ 130 bilhões para R$ 43 bilhões a estimativa de economia por parte do governo com o congelamento da remuneração de servidores públicos pelos próximos 18 meses. Bolsonaro já prometeu que vai vetar essa parte do projeto, mas ainda não anunciou quando o fará.
 
Segundo Guedes, o governo precisa da contribuição do funcionalismo público porque “dezenas de milhares de brasileiros estão sendo demitidos, milhares de empresas estão fechando”. “Só estamos pedindo uma contribuição. Não queremos tirar nada de ninguém. Nós sempre tivemos a mesma posição. Não vamos tirar nada de ninguém. Por favor, enquanto o Brasil está de joelhos, nocauteado, tentando se reerguer, por favor, não assaltem o Brasil. Não transformem um ano eleitoral, onde é importante tirar o máximo possível do gigante que foi abatido, deixa ele levantar.”

Saiba Mais

O ministro da Economia disse que as próximas duas semanas serão decisivas para garantir que o provável veto de Bolsonaro não seja derrubado no parlamento. Guedes comentou que o Legislativo “não pode derrubar o veto para impor uma derrota política ao governo, para desorganizar economia brasileira, ou para transformar em farra eleitoral um ato de grandeza nosso”.

"Se ele (Bolsonaro) tiver que vetar, ele veta, não transformem isso em ato político. Esse é um pedido que eu faço de colaboração, que sejamos bem interpretado”, salientou Guedes.

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