Correio Braziliense
postado em 18/05/2020 12:36
Os bancos brasileiros já liberaram R$ 540,3 bilhões em crédito para as famílias e as empresas brasileiras desde o início da pandemia do novo coronavírus, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Ainda há contudo, muitas queixas sobre as dificuldades em obter crédito durante a crise da covid-19. Por isso, o governo segue estudando com os bancos alguns ajustes nas linhas de crédito emergenciais lançadas em meio à pandemia.O balanço divulgado nesta segunda-feira (18/05) pela Febraban considera as operações de crédito realizadas entre 16 de março e 8 de maio deste ano. Ou seja, nas oito primeiras semanas de isolamento social no Brasil. Nesse período, segundo a Febraban, foram liberados R$ 378 bilhões em novas concessões de crédito; R$ 114,8 bilhões em renovações de financiamentos; e R$ 47,5 bilhões em renegociações. "A soma das novas concessões e das renovações com o saldo devedor de todas as repactuações chega a R$ 961 bilhões, distribuídos por segmentos e produtos", afirmou a Febraban.
De acordo com a Febraban, as renegociações consideradas nesse balanço envolvem, sobretudo, a suspensão temporária da cobrança das parcelas dos financiamentos. Afinal, mais de 8,5 milhões de contratos que tinham pagamentos em dia antes do coronavírus já foram renegociados dessa forma nas últimas semanas. "A soma das parcelas suspensas dessas operações repactuadas totaliza R$ 47,5 bilhões. Esses valores trazem alívio financeiro imediato para empresas e consumidores, que passaram a ter uma carência entre 60 a 180 dias para pagar suas prestações", informou a Febraban, contando ainda que a maior parte desse alívio financeiro (R$ 26,4 bilhões) foi negociado com pequenas empresas e pessoas físicas.
As pessoas físicas também levaram a maior parte das renovações de crédito liberadas na pandemia: R$ 49,4 bilhões dos R$ 114 bilhões renovados nesse período, segundo a Febraban. Já o restante foi dividido de forma equilibrada entre os três segmentos empresariais: R$ 24 bilhões para grandes empresas, R$ 23 bilhões para as micro e pequenas empresas e R$ 17 bilhões para as médias empresas.
As novas contratações de crédito, contudo, têm atendido principalmente o segmento empresarial: só R$ 86 bilhões dos R$ 378 bilhões foram liberados para pessoas físicas. A Febraban explicou que "houve alta significativa nas concessões para Pessoa Jurídica no segmento livre (PJ), de 81,0%" nesse período. "Isso ocorreu em razão do expressivo aumento na demanda por crédito bancário em geral, por conta da forte incerteza do cenário econômico, da redução das operações no mercado de capitais e do cancelamento de linhas de financiamento externo para o Brasil", explicou a federação, garantindo que "essa expansão na demanda foi atendida pelo setor bancário doméstico, o que explica esta taxa elevada de 75,1% de crescimento nas concessões para PJ no segmento livre".
As concessões de crédito liberadas para o segmento empresarial, contudo, atendem principalmente as empresas de grande porte. Segundo o balanço da Febraban, R$ 216 bilhões dos R$ 378 bilhões de crédito liberados nesse período foram para as grandes empresas. Já as médias empresas levaram R$ 43 bilhões e as micro e pequenas empresas, R$ 31 bilhões.
O número ressalta, portanto, as queixas que os micro e pequenos empresários brasileiros têm feito sobre a baixa disponibilidade e o alto custo do crédito neste segmento, que é responsável por 55% dos empregos formais do país. A equipe econômica tem prometido, portanto, vai colocar para rodar nesta semana a linha de crédito que foi proposta pelo Senado com o intuito de atender essas empresas. A ideia é oferecer financiamentos de até 30% da receita bruta obtida em 2019 pelas empresas que estão em dia com a Receita Federal com uma garantia de até 85% do governo, liberando, assim, R$ 15,9 bilhões para as micro e pequenas empresas.
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